Por que a dor no ouvido é comum no verão?
Água pode disseminar bactérias, vírus e fungos do ouvido externo para o médio levando a infecções
Se você é daquelas pessoas que acha que dor no ouvido é coisa de criança, está completamente enganado. Adultos, com ou sem histórico de otite na infância, podem ter inflação ou até mesmo infecção em qualquer idade e em qualquer época do ano, porém no verão os casos são mais comuns.
De acordo com o otorrinolaringologista, Guilherme Wambier, médico parceiro do Super Dr. Saúde Integrada em Ponta Grossa (PR), tanto adultos quanto crianças devem evitar o contato da água da praia e da piscina nos ouvidos porque ela pode disseminar bactérias, vírus e fungos do ouvido externo para o médio levando a infecções, principalmente nas pessoas que têm perfuração timpânica. “É aconselhável não molhar o ouvido de crianças muito pequenas também na hora do banho, porque o conduto auditivo é muito pequeno e água pode causar infecção devido a umidade”, explica.
O médico observa ainda que o contato com a água altera o ph do conduto auditivo externo predispondo a formação de cera ou cerume (grande quantidade de cera). “Algumas pessoas podem empurrar este cerume com a haste flexível e, neste ato da limpeza, machucar o conduto levando a inflamações e infecções; o uso inadequado da haste pode acumular e conduzir a cera para a parte mais interna do ouvido”, alerta.
A cera tem a função de proteger e lubrificar o ouvido externo. “Todos nós produzimos o mínimo de cera, mas alguns produzem em excesso o que pode diminuir ou obstruir a audição”, fala. O acúmulo de cera é mais comum no verão devido ao uso da piscina e das atividades aquáticas que deixam o ouvido mais úmido, provocando dor. “São várias as causas da dor no ouvido, pode ser inflamação no conduto auditivo externo, acúmulo de cerume a problemas nasossinusais, com origem no nariz e na garganta”, alerta.
Fungos, bactérias e vírus também podem causar a coceira no ouvido, assim como a dermatite de contato. “Não se recomenda o uso de medicamentos sem a avaliação médica, pois alguns pacientes podem ter perfurações da membrana timpânica”, orienta.