Pesquisadores da Unifran e da UEMG desenvolvem material inovador que permite a liberação controlada de remédios
Produto pode ser utilizado em tratamentos de combate ao câncer para diminuir os seus efeitos colaterais
A solução desenvolvida pela equipe, composta por Beatriz B. Caravieri, ex- aluna do curso de pós-graduação em Ciências da Unifran, Natana A. M. de Jesus (ex-aluna de pós-graduação em Ciências), Lilian K. de Oliveira (UEMG), Marina D. Araujo (cursando graduação em Farmácia), Gabriele P. Andrade (cursando graduação em Farmácia) e Eduardo F. Molina, que testou o uso de um anticancerígeno e um anti-inflamatório, representa uma grande contribuição para resolver um dos maiores desafios da indústria farmacêutica da atualidade: colocar à disposição dos pacientes um sistema que permita a liberação controlada de medicamentos no organismo, de forma simultânea, contidas em uma única cápsula.
Segundo Eduardo Ferreira Molina, Professor da Unifran e coordenador do projeto, o material tem a capacidade de absorver volumes elevados de água sem se dissolver e, por isso, é considerado ideal para liberação controlada de remédios. “O sistema deve chegar ao mercado como drágea para encapsular e liberar controladamente uma série de agentes terapêuticos, inclusive quimioterápicos, usados no combate ao câncer, e contribuirá para diminuir os efeitos colaterais dos tratamentos”, afirma o pesquisador.
Os testes do produto incluíram uma série de experimentações (in vitro), como a imersão do material em água com temperatura e nível de acidez (pH) similares aos encontrados no intestino humano. Molina ainda explica “que por meio de um método comum de análise de moléculas e outros tipos de substâncias químicas (espectroscopia no ultravioleta visível) foi possível avaliar a quantidade de ativos farmacológicos liberada na solução. “Os resultados comprovaram a eficiência do material em liberar os medicamentos em quantidades iguais e manter a liberação ao longo do tempo, um efeito inédito com estes materiais na literatura científica”, complementa.
Para a Unifran, é de extrema importância que pesquisas científicas como essas sejam realizadas na Instituição. “Creio que além de agregar para a formação dos alunos, visando profissionais altamente qualificados na área, este projeto pode contribuir como um avanço para a pesquisa e as novas tecnologias”, diz Molina. “O estudo também mostra como estamos avançados em todas as áreas da ciência e a relevância do nosso papel na região de Franca e de todo o Brasil”, finaliza Molina.
O estudo, que teve apoio da FAPESP (n° 2015/02802-2), foi divulgado na revista Applied Bio Materials, da American Chemical Society. Para saber mais sobre a pesquisa, acesse: https://pubs.acs.org/doi/10.