Os seis perigos da praia
Para aproveitar o verão, não há melhor lugar do que a praia, mas é importante tomar alguns cuidados para que os dias de lazer na areia não deixem a saúde comprometida. O farmacêutico Adriano Ribeiro, da rede de farmácias Extrafarma, aponta os principais riscos para a saúde para quem quer passar os dias de calor aproveitando o mar e o sol.
Areia
Quando contaminada por fezes de cães ou gatos, a areia pode abrigar a larva migrans, causadora da doença conhecida como Bicho Geográfico. As larvas penetram na pele e por onde passam deixam um rastro com lesões avermelhadas visíveis, formando uma espécie de “mapa” (daí o nome), e causando coceira intensa. O parasita costuma se alojar nos pés, mas pode atingir qualquer parte do corpo que entre em contato com a areia contaminada.
“Em casos mais simples, o tratamento é feito com o uso de pomadas, mas, se a doença tiver se espalhado por muitas áreas, pode haver necessidade de medicamentos ingeridos por via oral. Por isso, é necessária a avaliação de um médico para decidir a melhor forma de tratamento”, diz o farmacêutico.
Sol
Para se bronzear sem arriscar a saúde da pele, evite expor-se diretamente ao sol entre 10h e 16h e, em qualquer horário, use sempre filtro solar. “Para que a pele esteja bem protegida, é recomendável a reposição a cada 2 horas e um fator de proteção solar acima de 30. Caso queira se proteger também dos mosquitos, o filtro solar deve ser aplicado sempre antes do repelente, para que ambos os produtos tenham a máxima eficácia possível”, diz Ribeiro.
A não proteção adequada ao sol pode trazer à saúde e à pele inúmeros riscos, a começar pela vermelhidão indesejada, passando pela insolação e, ao longo praz, o câncer de pele. “Com a pele ardendo e avermelhada, o melhor a fazer é tomar um banho com sabonete suave ao sair da praia ou piscina, enxugar-se com delicadeza numa toalha macia e aplicar hidratante.”, destaca o farmacêutico.
Quando ficamos muito tempo em um calor forte, como praia com sol quente, a temperatura do nosso corpo sobe, os poros se abrem e começamos a suar. A insolação ocorre quando o corpo esquenta muito e esse mecanismo não dá conta de abaixar a temperatura. Entre os sintomas estão pele avermelhada, quente e seca, aumento de batimentos cardíacos, respiração acelerada, boca e olhos secos, náusea, vômito e até perda de consciência.
“Para prevenir-se da insolação, é importante proteger-se do sol, usar protetor solar e ingerir líquidos regularmente, para manter o organismo hidratado. Água mineral e água de coco são boas opções. Já a bebida alcoólica potencializa o processo de insolação, pois em excesso causa desidratação.”, afirma o farmacêutico.
Biquíni molhado
Refrescar-se com mergulhos no mar é ótimo, mas passar muito tempo com a roupa de praia molhada traz riscos para a saúde, principalmente na forma de infecções. O problema mais comum é a candidíase, que durante o verão chega a afetar cerca de 75% da população feminina.
A umidade e o calor criam um ambiente mais favorável à proliferação de germes e fungos, como é o caso do causador da candidíase. Os principais sintomas são coceira, ardência, vermelhidão e secreção vaginal.
“Em caso de ocorrência de um ou mais desses sintomas, é importante consultar um médico para iniciar o tratamento adequado. Para prevenir o problema, o ideal é trocar o biquíni molhado por uma roupa seca o mais breve possível após o mergulho”, diz Ribeiro.
Comida de praia
Diarreia, febre, vômito e desidratação são alguns dos sintomas de intoxicação causada pelo consumo de alimentos contaminados por bactérias. Caso não seja possível verificar as condições de higiene dos alimentos na praia, o ideal é levar petiscos e lanches de casa, acondicionados em bolsas térmicas, para que sejam conservados por mais tempo.
Em caso de intoxicação alimentar, a primeira medida a ser tomada é hidratar o organismo, com água, sucos e água de coco. Se o problema persistir ou os sintomas piorarem, é preciso procurar um médico.
Cadeira de praia
A falta de higiene das cadeiras pode aumentar o risco de contágio por fungos e bactérias causadores de micoses, como o “pano branco”. Também conhecida como micose de praia ou pitiríase versicolor, é uma doença de pele causada pelo fungo malassezia furfur, que impede a pele de produzir melanina quando exposta ao sol, causando manchas brancas na área afetada.
“O tratamento é feito com pomadas antifúngicas, que devem ser prescritas por um dermatologista”, orienta Ribeiro.
Para se proteger das micoses, recomenda-se higienizar as cadeiras com álcool em gel antes de sentar-se ou forrá-las com uma toalha grossa.
Mar
Nadar em praias consideradas impróprias para banho deixa o organismo suscetível a doenças e infecções. O contato com águas contaminadas pode causar infecções de olhos, ouvidos, nariz e garganta e doenças como a gastroenterite, cujos sintomas são enjoo, vômitos, dores de estômago, diarreia, dor de cabeça e febre. Em águas muito contaminadas, os banhistas podem estar expostos a doenças mais graves, como disenteria, hepatite A, cólera e febre tifoide.
Crianças, idosos ou pessoas com baixa resistência imunológica são as mais vulneráveis. Para se proteger, verifique sempre a balneabilidade, que é a condição de qualidade das praias que pretende visitar, determinada a partir da quantidade de bactérias do grupo coliforme presentes na água.