Médicos Sem Fronteiras atua no combate à pandemia de COVID-19 no Amazonas
Organização médico-humanitária trabalha para apoiar o sistema de saúde no estado
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) trabalha na resposta à pandemia de COVID-19 no estado do Amazonas. Atuando em coordenação com autoridades locais, MSF vai ajudar a aumentar a capacidade de atendimento de pacientes com o novo coronavírus e evitar que mais pessoas sejam contaminadas.
Os hospitais locais conseguiram aumentar o número de leitos de UTI (unidades de tratamento intensivo), mas infelizmente a mortalidade relacionada à COVID-19 permanece alta. Com o objetivo de somar forças para diminuir o número de mortes, MSF começará a trabalhar no Hospital 28 de Agosto, fazendo a gestão de 12 leitos de UTI e 36 leitos para pessoas com casos moderados. A organização irá ceder profissionais para atendimento de pacientes com a doença e se prepara também para trabalhar apoiando outros hospitais da cidade.
MSF começou a atuar na capital do Amazonas no dia 25 de abril. Em Manaus, a organização já trabalha em seis abrigos para refugiados e pessoas sem moradia, onde realiza sessões de promoção de saúde, encarrega-se de atividades para garantir medidas adequadas de higiene para prevenir a transmissão e trabalha com vigilância médica para identificar pessoas com suspeita de COVID-19. Até o fim desta semana, em parceria com a prefeitura, MSF colocará em funcionamento um centro de isolamento e observação para pacientes de grupos vulneráveis com casos mais leves da doença, que não precisam de hospitalização. A instalação será montada na Escola Municipal Professor Waldir Garcia, no bairro São Geraldo.
Também a partir desta semana, estão previstas atividades no interior do estado para organizar a oferta de cuidados médicos de qualidade para pacientes com casos moderados e graves de COVID-19 em áreas remotas. MSF deve atuar em ao menos duas localidades, sendo uma delas o município de São Gabriel da Cachoeira. A saúde das comunidades indígenas, com pouco acesso a cuidados médicos, são uma das maiores preocupações e o plano estratégico de atenção a essas populações está sendo construído com as lideranças e organizações indigenistas. “A situação do Amazonas é dramática. Acreditamos que nosso trabalho pode fazer a diferença e estamos nos esforçando para que tudo esteja operando o mais rapidamente possível”, disse a médica Cecilia Hirata, coordenadora do projeto de MSF em Manaus.
Diminuir o ritmo de contágio da COVID-19 entre a população é um componente importante da atuação de MSF no Amazonas. Quanto menor for o número de pessoas contaminadas ao mesmo tempo, menor será o número de pacientes graves que terão de buscar atendimento médico simultaneamente, aliviando a sobrecarga sobre o sistema de saúde. Por isso, as ações de promoção de saúde, com a disseminação de informações corretas sobre medidas de prevenção, são tão importantes.
MSF planeja aumentar suas atividades de promoção de saúde nas áreas urbanas, assim como no interior do estado. Para chegar à população que vive em áreas remotas, a organização pretende oferecer treinamentos para líderes comunitários, que poderão compartilhar o conhecimento com suas comunidades.
MSF trabalha em mais de 70 países para apoiar ações de resposta à pandemia do novo coronavírus. A organização foi fundada há quase 50 anos e vive neste momento um dos maiores desafios de sua história, com enorme demanda por seus recursos humanos e materiais. No Brasil, além de Manaus, MSF realiza atividades de prevenção e combate à COVID-19 nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Boa Vista.
Os projetos de MSF são financiados com os recursos oriundos de doações, 95% delas provenientes de fontes privadas e a maioria de doadores pessoas físicas. A organização atua de maneira neutra, independente e imparcial, guiada exclusivamente pela necessidade de seus pacientes e pela ética médica.