Estado faz diagnóstico inédito dos estudos desenvolvidos nos institutos de pesquisa
As pesquisas científicas Institutos ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado possuem alto desempenho junto às cadeias de produção da cana-de-açúcar, citros, bovinocultura, grãos, aquicultura, olericultura e plantas aromáticas e medicinais, além de abelha e mel. É o que mostra a publicação inédita Planeja PD&I: Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação nos Institutos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O documento traz um diagnóstico das atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia nos seis Institutos e 11 Polos Regionais que formam a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Os interessados podem acessar a publicação completa pela internet. O objetivo da publicação foi realizar um diagnóstico e a construção de planos de ação visando o planejamento, gestão e a governança das atividades de PD&I da Secretaria nas principais cadeias de produção do agronegócio paulista e brasileiro.
As discussões para o desenvolvimento do diagnóstico estão sendo realizadas há um ano e meio por pesquisadores e lideranças do Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), Instituto de Zootecnia (IZ) e APTA Regional, com seus 11 Polos de pesquisa.
Ao todo, 18 cadeias de produção do agro foram avaliadas, em 18 eventos realizados em 2019, que reuniram público de 952 pessoas, sendo 78,3% delas oriundas dos Institutos da APTA e 21,7% de outras unidades da Secretarias e instituições externas. Para o diagnóstico foram consideradas 29 variáveis e 12 indicadores de PD&I. Os dados coletados correspondem ao período de 2015 a 2018, tendo sido contabilizadas as produções de 75 grupos de pesquisa distribuídos nos seis Institutos e na APTA Regional.
Oportunidades
Segundo o diretor do IAC, Marcos Antônio Machado, que liderou a realização das discussões e elaboração da publicação, é urgente identificar oportunidades de inserção das instituições de pesquisa no setor do agro e desenvolver mecanismos que permitam o planejamento, gestão e governança das atividades de pesquisa, em prol do desenvolvimento do agro paulista, incorporando elementos como integração institucional, metas e avaliação de efetividade e impacto dos estudos científicos.
“É cada vez mais evidente a importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. Se ele adquiriu o atual status, tornando o Brasil um dos principais fornecedores de alimentos para o mundo, tem sido graças à incorporação crescente dos resultados da pesquisa científica e tecnológica em todas as suas cadeias de produção. Esse é um processo dinâmico, cujos desafios crescem à medida que aumenta a demanda por alimentos e a imperiosa necessidade de sustentabilidade nas atividades do agro”, salienta Machado.
De acordo com o diretor do IAC, as instituições públicas de ciência e tecnologia do agronegócio nascidas desde a época do império, como é o caso do IAC, existem até hoje porque cumpriram a contento suas missões.
“No entanto, as transformações atuais também têm impactado essas instituições, exigindo profundas transformações dos modelos de geração de conhecimento e transferência de tecnologia praticados até então. Não basta gerar conhecimentos, soluções e tecnologias promissoras se não forem efetivamente transferidas”, explica.
Para o coordenador da APTA, Antonio Batista Filho, as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação dos Institutos que compõem a Agência estão focadas nas cadeias de produção do agronegócio e em áreas temáticas, que ofertam soluções, tecnologias e serviços complementares.
“Os trabalhos realizados envolveram pesquisadores e demais atores das cadeias produtivas e áreas temáticas, buscando consolidar resultados, panoramas, diagnósticos e prospecção de áreas para atuação. A partir desse trabalho também conseguimos integrar mais as equipes de pesquisadores, um ponto chave para a gestão dos Institutos”, afirma.
Nova organização
As discussões que levaram ao diagnóstico das pesquisas desenvolvidas pela APTA foram fundamentais para que fosse pensada uma nova programação de pesquisa no âmbito da Agência.
Ao todo, foram definidas três áreas estratégicas para atuação: inovação e tecnologias emergentes; sustentabilidade e segurança alimentar. “Nessas três áreas, temos 13 programas com temas agregadores, que integram as pessoas. Esses temas são abrangentes para que todos se vejam nessa organização, que está alinhada às diretrizes da Secretaria, com vários pontos convergentes ao Cidadania no Campo”, explica Machado, referindo-se ao projeto que norteia as ações da Secretaria de Agricultura.
Essa nova organização de trabalho já está em funcionamento, mas o processo total de implementação das ações deve ocorrer em até um ano. “É ilusório pensar que vamos resolver os problemas sozinhos, precisamos trabalhar em rede e transferir nossos resultados para os usuários das tecnologias”, diz Machado.
A integração definida na nova programação não deve ocorrer apenas entre os pesquisadores e seus Institutos e unidades regionais, mas também em outras coordenadorias da Secretaria, como a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro).