Cuidados e prevenção de queda do paciente idoso em época de pandemia
O ortopedista do Hospital Albert Sabin, Dr. Rodrigo Vetorazzi, fala desse risco que, infelizmente, é uma das principais causas de internação de pacientes da terceira idade.
Em meio a essa pandemia que o mundo atravessa e a necessidade do isolamento social, deve-se redobrar a atenção com relação aos riscos de queda em pessoas da terceira idade. É comum situações onde o idoso, para enfrentar a quarentena, passa por uma mudança de domicílio, alteração da rotina e mudança na familiaridade com o espaço e obstáculos, como tapetes e móveis, existentes nessa nova residência. Questões emocionais, associadas a essa condição, também podem elevar tal risco.
Devido a uma recuperação mais lenta e difícil nessa fase da vida, a internação de idosos é uma grande preocupação para seus familiares. Dentre as causas mais comuns, está a queda. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria (SBG), estudos indicam que até 60% da população com mais de 65 anos sofre algum tipo de queda anualmente. Desses, em torno de metade ocasiona em algum tipo de lesão e, aproximadamente, 5% resulta em fraturas, muitas vezes grave.
Nesses casos resultantes em fraturas, as de fêmur estão entre as mais comuns. Essa costuma ocorrer na porção superior do osso, próxima à bacia e, além de difícil recuperação nos idosos, o paciente geralmente tem que se submeter a procedimentos cirúrgicos.
Segundo o Dr. Rodrigo Vetorazzi, médico ortopedista e especialista em quadril do Hospital Albert Sabin de SP, as quedas de idosos ocorrem por diversos fatores intrínsecos, como a redução da acuidade visual, tonturas e distúrbios do equilíbrio, lesões do sistema nervoso, doenças dos ossos, entre muitos outros. Já entre os fatores extrínsecos, o médico cita as condições dos pisos, iluminação, móveis, calçados e até órteses mal adaptadas. “É de fundamental importância que o ambiente de convivência do idoso seja seguro e bem iluminado. Até adaptações em banheiros e outros cômodos devem ser realizadas, se assim houver necessidade”, explica o médico.
Um exemplo dessas doenças dos ossos citadas pelo ortopedista é a osteoporose, que ocorre quando o corpo deixa de formar material ósseo novo e/ou quando muito material dos ossos antigos é reabsorvido pelo corpo “Se os ossos não se renovam, ficam cada vez mais fracos e sujeitos a fraturas”, complementa o Dr. Vetorazzi.
No mais, toda e qualquer situação que exija a internação é de extrema preocupação. Na terceira idade, devido à fragilidade dessa população, os riscos como infecções hospitalares, por exemplo, crescem consideravelmente. “Hábitos saudáveis, como alimentação e atividade física, e visitas constantes ao geriatra e ao ortopedista podem ajudar na prevenção dessas quedas, evitando as internações prolongadas e suas futuras complicações”, finaliza o Dr. Rodrigo.