•  sábado, 23 de novembro de 2024

COVID-19 na gestação: gravidade, transmissão vertical e aleitamento

Gestantes e puérperas levaram um susto ao serem incluídas no grupo de risco para COVID-19 pelo Ministério da Saúde esse mês. Mas isso não quer dizer que elas sejam mais propensas a contrair o vírus. “A inclusão nesse grupo seria mais no sentido de atenção do que de risco, já que as mulheres durante a gravidez e no pós-parto costumam ter a imunidade um pouco menor do seu estado”, conta Dr. Antonio Julio Sales Barbosa, obstetra e fundador do Centro Paulista de Parto Natural.

Não há, até o momento, nenhuma indicação que demonstre que as gestantes são mais propensas a contrair o Coronavírus. Em contrário, estudo realizado com 43 gestantes, em Nova Iorque, testando COVID-19 positivo, apontou que a grande maioria delas apresentou quadros leves, compatíveis com o de mulheres adultas não grávidas. Das 43 mulheres participantes do levantamento, 86% tiverem quadros leves da infecção, 9,3% quadros moderados e 4,7% quadros críticos, necessitando de internação em UTI.

Esse estudo contou também que, das mulheres admitidas, 32,6% não apresentava nenhum sintoma. As que apresentaram sintomas, como tosse seca (o mais frequente), febre, dor no corpo, falta de ar e dor de cabeça, não tiveram grande piora ou evolução da doença. “Apesar desse ser um estudo pequeno e premilinar, os primeiros resultados corroboram com a versão de que o COVID-19 não seria necessariamente mais grave nas gestantes. Se compararmos esses resultados aos de outras epidemias e pandemias, como Influenza e H1N1, percebemos que, neles, a gestante apresentava um quadro com possibilidade de piora muito maior; na COVID, o prognóstico é bem mais animador”, conta o doutor.

Parto e transmissão vertical

Outro ponto de bastante apreensão para as gestantes seria a necessidade de se submeter a uma cesárea caso testassem positivo para a doença. Mas isso, segundo o fundador do Centro Paulista de Parto Natural, não se apresenta como uma indicação. “Até o momento, não foram constatadas transmissões verticais, nem na gravidez, nem durante o parto. Portanto, caso seja do desejo da gestante, ela pode ter sim seu bebê via parto normal”.

O estudo nova-iorquino também aponta isso. 56% das gestantes incluídas no estudo teria seus bebês por parto natural, 44% via cesárea, com indicação obstétrica. Até a conclusão do estudo, 18 bebês já haviam nascido, nenhum deles com COVID-19 positivo, o que sustenta a hipótese de que não haja a transmissão vertical.

Além de não haver a transmissão vertical, a OMS ainda incentiva o aleitamento materno, que deve ser realizado com cuidados redobrados para evitar contaminação, higienizando rigorosamente as mãos antes de pegar o bebê e usando máscaras”, finaliza o Dr. Antonio Julio.

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