Moradores apostam na criatividade e criam ‘engenhocas’ para diminuir consumo de água em casa em Sorocaba
Moradores de Sorocaba (SP) estão apostando na criatividade para evitar o desperdício de água e ajudar a manter o nível das represas da cidade, que está abaixo do esperado. O rodízio, que começou no dia 6 de novembro em mais de 100 bairros, fez com que alguns moradores prevenidos inventassem “engenhocas” para não ficarem sem água em casa.
Foi o caso do líder de produção Eluani Rodrigues, morador do parque Vitória Régia. Ele usou a criatividade dias antes de começar o rodízio e investiu R$ 200 para comprar cano e todos os outros objetos necessários para montar sua invenção.
A pedido da mulher, ele pensou em uma maneira de reaproveitar a água da máquina de lavar. Após algumas horas de trabalho e 18 metros de cano utilizado, o resultado estava pronto: a água passou a cair direto nos tambores.
“Foi um quebra-cabeça. Fui juntando as partes, vendo o que iria precisar, fui comprando e saiu a invenção. O consumo de água aumentou, mas eu não imaginei que fosse por causa da máquina. O ciclo dela cheia gasta uns 200 litros de água. Então, é muita água que a gente joga fora e não vê “, diz Eluani Rodrigues.
Além do Eluani, mais três pessoas moram na casa com ele. Ele diz que mesmo antes do rodízio, era normal faltar água na região. Por isso, a força-tarefa para economizar vai continuar em todas as estações do ano.
Desde semana passada, o rodízio no abastecimento tem afetado todas as regiões de Sorocaba e o sistema deve manter a operação até que as represas que abastecem o município fiquem cheias de novo. Sendo assim, a preocupação e alerta continuam.
No bairro Jardim Gutierres também foi encontrada outra “engenhoca” que ajuda na economia de água. Dessa vez a ideia foi do metalúrgico Paulo Roberto Lemes da Silva. Ele não se conformava em ver a água da chuva indo embora.
Foi então que criou um sistema onde a água que cai no telhado, passa pela calha, pelo cano e depois vai parar em uma piscina que não estava mais sendo utilizada pela família e virou um reservatório.
Além disso, a água também é estocada em uma caixa em cima do telhado com a ajuda de uma mangueira e bomba.
A ideia do Paulo foi colocada em prática há cerca de três anos, em uma das vezes que a principal adutora que abastece a cidade se rompeu e a família de seis pessoas ficou uma semana sem água na torneira.
Ele conta que o investimento da “engenhoca” foi de R$ 300 e logo no mês seguinte a água veio 60% mais barata.
“Esses R$ 300 eu já recuperei em 3 ou 4 meses. Fiquei muito feliz com a economia, que consegui fazer através desse projeto”, diz Paulo Silva.
Enquanto pensa em como economizar mais, ele também se preocupa em tratar a água estocada para durar mais e evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Assim, Paulo também montou um sistema de gotejamento para as plantas estarem sempre regadas.
“Eu tenho esse pingadouro aqui nas minhas plantas que é de todo material reciclável que peguei e montei. Através deles, minhas plantas ficam aqui vivas e com frutos em seus galhos”, explica Paulo Silva sobre sua nova invenção para plantas.
G1