O Concurso de Ideias Vale do Rio Jundiaí, idealizado pela Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA) e organizado pelo Instituto Arquitetos do Brasil – Núcleo da Aglomeração Urbana de Jundiaí (IAB – AUJ), foi encerrado nesta segunda-feira (19), com a premiação dos trabalhos que melhor atenderam aos quesitos de requalificação da área às margens do Rio Jundiaí, interligando a cidade e integrando o espaço ao meio urbano. Os trabalhos ganharão exposição itinerante, que percorrerá vários espaços públicos. A primeira apresentação será feita no Paço Municipal, no final do mês.

“O Rio Jundiaí tem um contexto histórico para a cidade, com a sua despoluição e, agora, com o concurso, as ideias servirão para discutir novos projetos que não serão vistos nos próximos anos, mas nas próximas décadas. Esse pode ser mais um exemplo que Jundiaí criará para a sociedade, assim como a despoluição do próprio Rio Jundiaí e o abastecimento da cidade”, argumenta o prefeito Luiz Fernando Machado. Recentemente, a despoluição do Rio Jundiaí foi mencionada como único caso de sucesso paulista em matéria publicada pela Revista Exame.

Para o gestor da UGPUMA, Sinésio Scarabello, o Concurso de Ideais do Vale do Rio Jundiaí pautará a administração para a requalificação dos espaços. “O Rio Jundiaí tem 134 km entre toda a sua extensão, sendo 28 deles em Jundiaí, praticamente todo em área urbanizada. Esse espaço pode ser usado para criação de ciclovias, calçadas, transporte coletivo, área de lazer, além de resgatar a biodiversidade local. As ideias do concurso servirão de base para novas discussões e projetos que podem usar ferramentas inovadoras como operações urbanas consorciadas ou transferência de potencial construtivo. Todo o trabalho será discutido com a sociedade de forma ampla”, declara. Os trabalhos serão expostos em prédios públicos para que a população possa visualizar as sugestões de uso e requalificação para a área de vale do Rio Jundiaí, em sua extensão urbana.

Premiados
Dos 30 trabalhos inscritos, 25 foram classificados para a seleção, feita em análise de técnicos do IAB – AUJ e UGPUMA além de representantes acadêmicos. A primeira colocação ficou para o grupo de Mary Caroline Lartigue (São Paulo/SP). “Incorporamos a história da ferrovia com o rio e usamos como norteador do projeto, num sistema paralelo de eixo articulador. Privilegiamos os transportes não individuais e valorizamos os espaços não usados para a composição”, comenta a vencedora, ressaltando o trabalho do grupo, formado por 4 arquitetos.

A segunda colocação ficou com o grupo de Francisco Spadoni (São Paulo/SP), que não compareceu ao evento, mas encaminhou Alexandre Spadoni, também integrante da equipe. “Nosso projeto focou no alargamento da calha do rio, usando o espaço como área de lazer, com calçadas e outros pavimentos”, detalha. Já terceira colocação foi para o grupo de Vinícius Kuboyama Nakama (São Paulo/SP). O trabalho reestrutura o eixo, abertura de calha e o uso em parque linear nos espaços chamados de vazios urbanos. “Estudamos Jundiaí para desenvolver o projeto de usar, da melhor forma possível, as áreas não habitadas evitando enchentes e dando uso para a comunidade”, analisa.

De acordo com Eugênio Queiroga, professor da USP e presidente do comitê de avaliação, os trabalhos premiados foram os que mais atenderam aos quesitos estabelecidos no edital. A classificação dos trabalhos juntamente com a ata das reuniões do comitê avaliador serão disponibilizadas no site do concurso até o final da semana.

Além dos premiados, outras 4 menções honrosas foram entregues para: Raphael Matta (Maricá-RJ), Thiago Vidal Pelakauskas (São Paulo/SP), Marcelo da Silva Salla (Itapejara d´Oeste/PR) e Paula Dique Rangel Maceió-AL).