Hospital São Vicente cria projeto de atendimento psicológico para colaboradores no enfrentamento ao Covid-19 em Jundiaí
Dedicados à linha de frente em meio à pandemia de Covid-19 que assola o mundo, os profissionais de saúde, precisam contar com equipamentos de proteção individual (EPIs), conhecimento, amor à profissão e especialmente apoio emocional. A rotina não é fácil e a pandemia não tem data para acabar. Em meio a este cenário, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) tem buscado diversas alternativas para dar todo o suporte para seus profissionais. Recentemente, implantou um programa de acolhimento psicológico, que engloba assistência às equipes de todos os setores.
O trabalho consiste em dispor de sete psicólogos, que se dedicam a atender, entender e auxiliar de forma individual ou em grupo os colaboradores na superação de medos, angústias, insegurança e muitos outros aspectos emocionais que são desencadeados pela situação de pandemia. A atividade engloba todos os turnos, uma vez que o funcionamento do hospital é 24 horas. Dentre as ferramentas, estão o acolhimento, técnicas e dinâmicas.
“O objetivo é viabilizar que estes colaboradores possam ter a oportunidade de ter o atendimento psicológico e possam externar seus sentimentos e emoções diante da sua vivência pessoal frente ao Covid-19”, explica o coordenador do Departamento de Psicologia do HSV, Roberto Tafarello, responsável pela iniciativa.
O especialista explica que perante o momento atual vivenciado, muitos colaboradores manifestam alterações como estresse, ansiedade e depressão. Fatores que acabam interferindo no desempenho das atividades e que, em alguns casos, podem ser cruciais para os resultados do tratamento de uma vida. Em resumo, para cuidar de vidas, é preciso estar bem cuidado.
A ação entrou em operação na semana passada e já apresenta os primeiros resultados. “Depois que tive a oportunidade de conversar com um profissional de psicologia, me senti mais leve e ainda mais confiante em desempenhar meu papel de cuidar das pessoas. Também senti que a equipe ficou mais unida e que um cuida do outro, somos um time”, relata uma das técnicas de enfermagem que prefere não se identificar.
Segundo o psicólogo, a iniciativa é o primeiro passo de um projeto ainda mais abrangente. “A partir do atendimento psicológico, será possível identificar as necessidades de cada colaborador e, se for o caso, viabilizar o encaminhamento para outros profissionais, como por exemplo psiquiatria. O principal é fazer um trabalho humanizado e que seja capaz de gerar o melhor em qualidade de vida e bem-estar para quem trabalha no ambiente hospitalar”, finaliza.