•  sábado, 23 de novembro de 2024

Exposição ‘Para Respirar Liberdade – 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos’ entra em cartaz a partir de agosto no Sesc Jundiaí

Obras de Otávio Roth chegam a Jundiaí em parceria do Instituto Vladimir Herzog com o SESC São Paulo

Agosto de 2019 – Para comemorar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a rede Sesc São Paulo, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e com apoio do Acervo Otávio Roth, promoveu a exposição ‘Para Respirar Liberdade – 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos’, no Sesc Bom Retiro, no primeiro quadrimestre deste ano. Com obras do artista plástico e ativista político Otávio Roth (1952-1993), internacionalmente reconhecido por sua atuação voltada ao tema dos Direitos Humanos, a mostra itinerante entra em cartaz neste mês, no Sesc Jundiaíe fica até janeiro de 2020.

A Declaração é um documento ilustre aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, que estabelece direitos básicos e comuns a todos os seres humanos. Composta por 30 artigos, ela surge como uma resposta às atrocidades cometidas ao longo da Segunda Guerra Mundial, crimes contra a humanidade – como  a

perseguição de minorias, práticas de tortura e genocídio – que levaram milhares de cidadãos à morte em atos de barbárie e selvageria. A Declaração propõe, portanto, um pacto de civilidade entre as nações e apresenta os requisitos indispensáveis para a manutenção da dignidade humana em todos os países do globo. Setenta anos depois, a exposição ‘Para Respirar Liberdade’ reitera a importância e a urgência dos princípios declarados na carta, buscando que seus visitantes reflitam sobre o contexto político de inúmeros retrocessos de direitos sociais no Brasil.

A exposição reunirá obras de Otávio Roth, entre elas a icônica representação gráfica dos 30 artigos da Declaração, produzidos em xilogravura de grandes dimensões sobre papel artesanal confeccionado pelo próprio artista. Desde 1981, três álbuns da mesma série estão em exposição permanente nas sedes da ONU de Nova Iorque, Genebra e Viena. Com curadoria de Fábio Magalhães e Isabel Roth, a mostra contará também com a montagem da instalação “População II”, livremente inspirada em “População” (1988) e “O Jardim” (1989), e com a instalação itinerante de arte participativa “A Árvore” (1990), cuja montagem mobilizou diretamente 70 mil crianças brasileiras apenas este ano.

“A Árvore” é uma instalação composta por folhas de papel pintadas individualmente por milhares de crianças de mais de 70 países. Pela primeira vez, em seus quase 30 anos de existência, ela foi reconstruída de maneira tridimensional – em projeto assinado por Pedro Mendes da Rocha, responsável pelo projeto expográfico, especialmente adaptado para o átrio interno da unidade Sesc Bom Retiro. Para esta montagem, mais de 70 mil crianças de São Paulo participaram de oficinas organizadas para a produção das folhas, executadas com o apoio da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, de escolas particulares e das unidades do Sesc Bom Retiro, Belenzinho, Paulista e Pompéia. No Sesc Jundiaí, os visitantes poderão contribuir com a composição desta instalação por meio de oficinas ministradas pelo educativo no próprio espaço expositivo.

“População II” é uma instalação em papel artesanal e madeira de 10 metros de extensão, composta por 2.500 pequenas peças de papel (batizadas por Otávio de “peninhas”), moldadas uma a uma, a partir de técnica desenvolvida pelo artista. De forma metafórica, essa grande composição de milhares de peças singulares remete à contribuição de cada indivíduo para a construção da coletividade. Pelos pequenos detalhes, o espectador é convidado a olhar de maneira intimista a obra e refletir sobre a relação indivíduo-grupo. A última vez que uma instalação de peninhas foi exposta em São Paulo foi em novembro de 1993, em uma mostra in memoriam organizada no MASP poucos meses após a morte de Otávio.

A obra de Otávio Roth é permeada por valores humanistas, voltados à promoção da ética, paz e respeito ao meio-ambiente. Ainda que complexos, Otávio abordava esses temas de forma leve, convidando crianças e adultos a uma reflexão cidadã. Suas grandes instalações de arte participativa engajavam um público plural em torno dos valores que desejava propagar, como a reflexão entre o indivíduo e a comunidade, a noção de pertencimento social e o entendimento dos problemas comuns que devemos enfrentar.

Sobre o Instituto Vladimir Herzog

O Instituto Vladimir Herzog (IVH) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em junho de 2009, para reiterar o compromisso do jornalista Vladimir Herzog – assassinado em 1975 por agentes do Estado, durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) – com os valores mais altos da humanidade, implementando ações destinadas a preservar a memória brasileira, promover  o respeito aos Direitos  Humanos e  incentivar as  boas  práticas do  Jornalismo. Nossa missão é contribuir para o  engajamento da sociedade em uma cultura de Justiça, Democracia, Direitos Humanos e Liberdade de Expressão.

Sobre o Acervo Otávio Roth

O Acervo Otávio Roth (AcOR) foi estruturado em novembro de 2017, com o objetivo de preservar e disseminar a memória e obra do artista plástico e ativista político Otávio Roth (1952-1993). O Acervo estrutura-se em três eixos de ação: Preservação, Projetos Expositivos e Educativo e pretende, por meio do desenvolvimento de projetos nesses campos, sensibilizar as pessoas para o papel social da arte, prezando e contemporizando as temáticas predominantes em sua obra – direitos humanos, coletividade, o fazer artesanal, comunicação e papel.

Sobre o artista

Otávio Roth nasceu em São Paulo, em 1952. Morou em Israel, Inglaterra, Noruega e Estados Unidos. Viajou como pesquisador por países da Europa, Américas e Ásia, coletando amostras de materiais, papéis e objetos, documentando em fotos e textos diferentes técnicas de feitura de papel artesanal e adquirindo livros raros que hoje compõem a biblioteca especializada do Acervo Otávio Roth. Estudou fotografia e cursou Comunicação e Marketing na ESPM e Desenho Gráfico na Hornsey College of Art, em Londres, sob orientação do Prof. Paul Pietch. Lá, desenvolveu sua técnica como gravador e seu interesse por temas políticos. Em Oslo, onde viveu por três anos, produziu em xilogravura a primeira série ilustrada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, composta por 30 peças. Posteriormente produziu uma série em inglês e, após exposição na Automation House (NY) e reconhecimento da crítica, três álbuns foram adquiridos pelas Nações Unidas.

Serviço

Para Respirar Liberdade – 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Abertura: 29/08/2019, às 19h
Visitação: 30/08/2019 a 05/01/2020

Abertura com os curadores Fabio Magalhães e Isabel Roth
Intervenção poética com o poeta e compositor do Cordel do Fogo Encantado, Lirinha.
Dia 29. Quinta, 19h
Área de Exposições | Livre | Grátis

Performance 436
Em razão dos 50 anos do golpe militar de 1964, o artista Alexandre D’Angeli desenvolveu a obra 436, número que faz referência ao total de mortos e desaparecidos políticos, vítimas do regime militar, que ainda aguardam resolução no que se refere a localização de seus restos mortais, identificação dos responsáveis pelos crimes de tortura, homicídio ou ocultação dos cadáveres. A performance depende necessariamente da interação física e sensorial do público que integra e é peça ‘construtiva’ da instalação.
Dia 29. Quinta, 14h às 22h
Área de Exposições | 14 anos | Grátis

Visitação
De 30/8 a 5/1. Terças a sextas, 9h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, 10h às 18h30
Área de Exposições | Livre | Grátis
Agendamento de grupos pelo e-mail agendamento@jundiai.sescsp.org.br



O Sesc Jundiaí fica na Av. Antonio Frederico Ozanan, 6600.

Mais informações: (11) 4583-4900.

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