Dentro do Projeto ‘Eu Aprendo Elogiando! Elogiar Faz Bem!’, a professora da EMEB Mário Faccioli, Juliana Cristina Debone Firmo, na rede municipal há quase dez anos, tem conquistado não apenas alunos, mas também os funcionários da unidade escolar.

Isso porque implantou o ‘Caderno do Elogio’, com adaptações ao projeto original da professora Luciane Mazuki, e envolveu toda a comunidade escolar na ideia. A princípio, para combater o bullying em sala de aula, ela propôs à garotada a oportunidade de elogiar os colegas.

Para inspirar as crianças, a professora exibiu o filme ‘Extraordinário’, que mostra a história de um garoto que nasceu com uma deformidade facial e começa a frequentar a escola aos dez anos, pela primeira vez.  “A trajetória do menino deixou como lição pras crianças que o elogio faz bem”, conta.

A partir daí, ela começou a trabalhar o ‘Caderno do Elogio’. Nele, cada criança tem uma página exclusiva. Palavras como ‘engraçado’, ‘especial’, ‘bom’, ‘legal’, ‘amigo’ e ‘inteligente’ são coladas no espaço especial. “Os alunos passaram a reconhecer o valor que cada um tem dentro da escola. Além disso, reforçamos valores como a gratidão e a humildade, além de reconhecer as necessidades do próximo. Os estudantes entenderam que, enquanto elogiam, nunca estarão errados.”

Depois de trabalhar com páginas dedicadas aos alunos, o ‘Caderno do Elogio’ passou a homenagear os funcionários. “As crianças escolheram um servidor e, depois, os funcionários seguiram com o caderno. Inclusive, alguns elogiaram ex-funcionários que fizeram parte da história da escola. Muita gente sonhou com essa nova sede e fez parte de toda a trajetória da Mário Faccioli e todos merecem esses elogios.”

A iniciativa tem um poder imenso. Já emocionou alunos e até os adultos. “Um trabalho desse tipo nos motiva e mostra que vale a pena ser professor. É a certeza de que as coisas estão dando certo.”

PARTICIPAÇÃO O ‘Caderno do Elogio’ é uma unanimidade: todo mundo ama. E, entre os grandes admiradores da ideia, está o aluno autista Ramon Bianchini Nascimento, que deixa a timidez de lado quando o assunto é o projeto da professora. “Ele se empolga quando o caderno precisa ser levado aos funcionários e faz questão de explicar a todos como funciona”, conta Juliana. O aluno não esconde a felicidade. “Gosto de ver as pessoas felizes”, diz ele, que tem 10 anos.

O estudante Bryan Marques, de 10 anos, também aprova o projeto. “Muita gente abre o coração. Faz muito bem receber elogios.”

Quem concorda com o aluno é a professora Célia Maria Escarabello Silveira, que está na rede há 31 anos e faz parte da história da EMEB Mário Faccioli. “Os elogios escritos ganham outra cara e nos emocionam. Eu tive a oportunidade de ser elogiada e chorei na ocasião. Também tive a chance prestar a homenagem a pessoas que já passaram pela escola.”