•  segunda-feira, 25 de novembro de 2024

‘Não compraremos a vacina da China’, diz Bolsonaro em rede social

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em sua página no Facebook nesta quarta-feira (21), que o Brasil não irá comprar “a vacina da China”.

A afirmação foi feita em resposta a uma seguidora na rede social que pediu a exoneração do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Bom dia presidente. Exonera Pazuelo urgente, ele está sendo cabo eleitoral do Doria. Ministro traíra”, escreveu a seguidora.

Na terça-feira (20), o Ministério da Saúde havia anunciado a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. A empresa tem um acordo com o governo de São Paulo para fornecimento da vacina pronta e, também, para a transferência da tecnologia de produção para o Instituto Butantan (veja detalhes mais abaixo).

“Tudo será esclarecido ainda hoje. Não compraremos a vacina da China”, disse o presidente.

Segundo o blog da Andréia Sadi, Bolsonaro se irritou com o anúncio do acordopor Pazuello e desautorizou o ministro. Fontes do governo avaliam que o chefe da Saúde não teve “malícia política” e deixou Doria “capitalizar” o anúncio.

O acordo do Butantan com a Sinovac prevê o fornecimento das mesmas 46 milhões de doses compradas pelo governo federal. Dessas, segundo o instituto, 6 milhões virão prontas da China e 40 milhões serão finalizadas no Brasil. Não está claro a quais doses Bolsonaro se refere ao dizer que não comprará vacina da China.

Ao apresentador da GloboNews José Roberto Burnier, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse acreditar que Bolsonaro se refere às 6 milhões de vacinas que virão prontas da China, e não às 40 milhões que serão finalizadas no Brasil.

Na manhã desta quarta, o site “Poder360” afirmou que o presidente mandou mensagem a ministros dizendo que não compraria “vacina da China”.

Segundo uma postagem feita também na manhã desta quarta, no Twitter (veja abaixo), pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), apoiador de Bolsonaro, o presidente disse a uma outra apoiadora que o governo não compraria “a vacina chinesa” – como é conhecida a Coronavac. Essa segunda postagem não está disponível no Facebook do presidente.

Contrato com SP

 

O governo de São Paulo já havia fechado um contrato com a empresa para as mesmas 46 milhões de doses, que previa que a farmacêutica enviasse 6 milhões de doses da vacina já prontas até dezembro, enquanto as outras 40 milhões teriam o processamento finalizado (o envasamento) no Butantan.

De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantan, até o final do ano o instituto teria as 46 milhões de doses prontas.

O acordo incluía, além da compra das doses, uma transferência de tecnologia para que o instituto pudesse fabricá-las em território brasileiro a partir de 2021.

O governo paulista também anunciou a previsão de adquirir mais 15 milhões de doses até fevereiro de 2021, chegando ao total de 61 milhões com verba própria. A expectativa era que, com o dinheiro do governo federal, mais 40 milhões fossem adquiridas, chegando a 100 milhões até maio de 2021.

G1
Ler Anterior

‘Meu cachorro me ajudou, me mordeu e me puxou’, diz morador sobre resgate em casa alagada na Zona Norte de SP

Ler Próxima

Percentual da população acima de 20 anos considerada obesa mais que dobrou em 16 anos, aponta IBGE