Maia diz que postura de Guedes não terá nenhum potencial para atrapalhar a reforma administrativa
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao blog na manhã desta sexta-feira (4) que, apesar do atrito do ministro Paulo Guedes de proibir secretários da pasta da Economia de conversarem com ele, isso não afetará a tramitação da reforma administrativa e de outras pautas da agenda econômica no Congresso.
Para Maia, a postura de Guedes não tem “nenhuma” chance de atrapalhar a reforma administrativa. Ele ainda lembrou que durante a reforma da Previdência, em 2019, o ministro da Economia chegou a fazer críticas ao relatório. E, depois, apareceu no Congresso quando a pauta foi aprovada.
“Foi assim na Previdência, lembra? [Guedes] saiu batendo no relatório e sumiu. Depois, apareceu no final do segundo turno para tirar a foto”, lembrou Maia.
Líderes políticos ouvidos pelo blog avaliam que Guedes ficou mais isolado politicamente depois desse episódio. E lembram que, recentemente, quando o ministro da Economia estava esvaziado internamente na defesa de não furar o teto de gastos, ele contou com a solidariedade de Maia para fortalecer sua posição contra os ministros da ala desenvolvimentista.
Nesta quinta-feira (3), em entrevista ao repórter Nilson Klava, da GloboNews, Maia explicitou sua contrariedade com Paulo Guedes. E disse que passará a negociar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, porque o ministro da Economia proibiu o diálogo dele, Maia, com os secretários da pasta.
“Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem, a gente tinha um almoço com o Esteves [Colnago, assessor especial] e com o secretário do Tesouro [Bruno Funchal] para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”, respondeu Maia.
“Então, decidi que a relação da Presidência da Câmara será com o ministro Ramos, e o ministro Ramos conversa com a equipe econômica, para não criar constrangimento mais para ninguém. Mas isso não vai atrapalhar os nossos trabalhos, de forma nenhuma”, acrescentou.
G1