Estado de SP tem uma prisão por estupro a cada 4 horas em 2019
Uma pessoa é presa a cada quatro horas no Estado de São Paulo sob a suspeita de estupro ou estupro de vulnerável. Os dados são da Polícia Civil e foram obtidos via Lei de Acesso à Informação pela GloboNews.
Entre janeiro e setembro deste ano, 1.486 pessoas foram presas. O número de prisões por estupro aumentou 19% em dois anos no estado de São Paulo.
De acordo com os dados, essas prisões têm crescido ao longo dos últimos anos anos: entre janeiro e setembro de 2017, foram contabilizadas 1.244 prisões por esses dois crimes; no ano seguinte, foram 1.427.
Os números obtidos pela reportagem incluem as prisões por estupro, estupro de vulnerável, tanto os casos consumados quanto os tentados, em flagrante e ainda aquelas resultantes do cumprimento de mandados expedidos pela Justiça.
Estupro de vulnerável é aquele praticado contra vítimas menores de 14 anos. O Código Penal brasileiro prevê uma pena de 8 a 15 anos de prisão para esse delito. A pena para o estupro efetuado contra vítimas das demais faixas etárias é de 8 a 12 anos.
Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, o aumento das prisões indica que a polícia “decidiu priorizar esse tipo de crime”. “O número ainda é muito baixo se considerarmos a quantidade de casos deste crime no estado, são cerca de 12 mil por ano. De todo modo, é importante que a Polícia Civil passe a priorizar o enfrentamento à violência sexual.”
Operação Outubro Rosa
A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (23), a operação Outubro Rosa contra suspeitos de crimes de violência doméstica e demais práticas contra as mulheres na cidade de São Paulo. Ao todo, 70 pessoas foram presas na cidade de São Paulo.
Os trabalhos em campo foram realizados em toda a capital paulista pelas nove Delegacias de Defesa da Mulher da cidade, além de agentes de todas as Delegacias Seccionais vinculadas ao Decap. Participaram da ação 335 policiais, com o apoio de 158 viaturas.
“Hoje fizemos uma força-tarefa para cumprir os mandados de prisão em aberto, auxiliando as Delegacias de Defesa da Mulher. Isso já acontece todos os dias [nas especializadas] pelas suas equipes, mas quando há necessidade [de apoio] elas têm todo o departamento à disposição”, afirmou o delegado Albano David Fernandes, diretor do Decap.
Entre os presos há um homem, de 31 anos, responsável por agredir e torturar sua companheira, em 14 de outubro deste ano. O caso foi investigado pela 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, que cumpriu o mandado de prisão e deteve o autor.
“Não há nenhum caso em que não realizamos diligências. Vamos continuar com as equipes a fim de prender os infratores”, afirmou o diretor. “São diligências que requerem mais cuidado. É feito todo um levantamento de inteligência antes da ação porque precisamos saber com quem estamos lidando”, completou.
G1