Suprema Corte barra tentativa de Trump para acabar com programa que ampara jovens imigrantes
A Suprema Corte dos Estados Unidos se pronunciou nesta quinta-feira (18) contra uma ordem executiva do presidente republicano, Donald Trump, e barrou a tentativa do governo de acabar com o programa Daca, também conhecido como “Dreamers” (sonhadores).
Esse programa protege de deportação um grupo de 650 mil jovens que chegaram ao país sem documentos acompanhando seus pais quando eram crianças.
O tribunal considerou que seria “arbitrário e caprichoso” acabar com o programa adotado pelo presidente democrata Barack Obama, que além de proteger contra as deportações, dá permissões de trabalho aos jovens, principalmente procedentes da América Latina e muitos deles sem recordações de seus países de origem.
O voto do presidente da Suprema Corte, o conservador John Roberts, ao lado dos liberais – Ruth Bader Ginsburg, Elena Kagan, Stephen Breyer e Sonia Sotomayor – foi determinante para a derrota de Trump por uma margem apertada: 5 a 4.
Essa foi a segunda vez em uma semana que o governo Trump foi derrotado na Suprema Corte, que conta com dois integrantes nomeados pelo atual presidente americano. Na segunda-feira (15), o tribunal disse que a comunidade LGBTQ está protegida pela Lei dos Direitos Civis e não pode ser discriminada em seu local de trabalho por sua orientação sexual ou identidade de gênero.
No Twitter, Trump classificou as decisões da Suprema Corte como “horríveis e politicamente carregadas” e disse que são tiros no rosto de “pessoas que têm orgulho de se chamar republicanos ou conservadores”. “Vote Trump 2020”, afirma ao encerrar a mensagem.
O parecer não impede Trump de tentar novamente acabar com o programa, mas é improvável que seu governo consiga isso antes da eleição de 3 de novembro.
Como funciona o programa
O Daca, que é a sigla em inglês do programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (“Deferred Action for Childhood Arrivals”), evita a deportação temporariamente, mas não garante cidadania futura, nem residência permanente. Os vistos de estada e de trabalho são concedidos por dois anos e podem ser renovados.
Foi criado por decreto em 15 de junho de 2012 pelo então presidente democrata Barack Obama, diante da impossibilidade de aprovar – em um Congresso dominado pelos republicanos – a Lei DREAM (“Development, Relief and Education for Alien Minors Act”), ou Lei de Desenvolvimento, Alívio e Educação para Menores Estrangeiros.
Por isso, os imigrantes levados quando crianças para os Estados Unidos passaram a ser chamados de “Dreamers” (sonhadores), em referência à lei, mas também ao sonho de conseguir uma vida melhor nos EUA.
A maioria dos “Dreamers” nasceu no México e em países centro-americanos e vive na Califórnia e no Texas, mas também em Nova York, Illinois e Flórida.
(Fonte: G1)