•  sábado, 23 de novembro de 2024

A 8 dias da eleição nos EUA, quase 60 milhões já votaram antecipadamente

A oito dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, 59,4 milhões de americanos já votaram antecipadamente. Segundo o Projeto Eleições, da Universidade da Flórida, 40 milhões votaram pelo correio e 19,4 milhões, presencialmente.

O número equivale a 43,1% de todos os votos da eleição de 2016, quando o então candidato republicano, Donald Trump, derrotou a democrata Hillary Clinton.

Com o alto número de votos antecipados, especialistas preveem que um recorde de 150 milhões de votos pode ser batido e a taxa de participação na eleição pode ser a maior desde 1908.

Texas, Califórnia e Flórida são os estados com maior número de votos antecipados até o momento: 7,2 milhões, 6,5 milhões e 5,7 milhões, respectivamente. Os 7,2 milhões de votos antecipados no Texas já equivalem a 80% de todos os votos na eleição de 2016.

Uma das pessoas a votar antecipadamente foi o presidente dos EUA e candidato à reeleição, Donald Trump. O republicano votou na manhã de sábado (24) em uma biblioteca em West Palm Beach, na Flórida.

A votação antecipada no estado, considerado um dos mais importantes na eleição americana, começou há uma semana, em 19 de outubro. A data oficial do pleito é 3 de novembro.

Também no sábado, a cidade de Nova York registrou longas filas no primeiro dia de votação antecipada. Eleitores esperaram horas para votar, e imagens de filas gigantescas foram registradas em diversos pontos.

”Diferentemente do Brasil, o voto não é obrigatório nos Estados Unidos. E os eleitores podem escolher seu candidato antes da data oficial da eleição, inclusive enviando o voto pelo correio.”

Como funciona a eleição americana

 

A eleição presidencial nos EUA funciona de maneira bastante peculiar e é definida pelo Colégio Eleitoral. Nesse sistema, cada estado ganha um peso, de acordo com o tamanho de sua população, e não necessariamente ganha quem recebe mais votos.

São 538 delegados divididos pelos 50 estados e o distrito de Columbia (onde fica a capital, Washington). O pequeno Vermont, por exemplo, tem apenas três delegados, enquanto a Califórnia, o estado mais populoso, tem 55.

A votação estadual funciona no sistema apelidado de “o vencedor leva tudo”: o candidato a presidente que vence em cada estado conquista o direito a todos os votos dos delegados, mesmo se a vitória for por uma margem pequena.

Assim, o candidato precisa de uma estratégia para vencer de estado em estado até chegar ao mínimo de 270 votos do Colégio Eleitoral e eleger-se presidente. Foi o que aconteceu em 2016: Trump teve menos votos que Hillary, mas conquistou 276 delegados e venceu a eleição.

É por isso que, por mais que o democrata Joe Biden apareça à frente de Trump em todas as pesquisas, é possível que o presidente americano consiga se reeleger mesmo perdendo novamente no total de votos nas urnas.

‘Estados pêndulo’

 

Na eleição americana, existem estados que são tradicionalmente republicanos e outros onde os democratas ganham sempre. É por isso que a disputa de verdade acontece nos “swing states” (estados pêndulo, em tradução livre), que variam entre os partidos a cada eleição.

Na eleição deste ano, Flórida e Pensilvânia são os principais “campos de batalha”, e as equipes de Biden e Trump apostam fortemente na campanha nesses locais. Caso um dos candidatos vença em ambos os estados, ficará muito perto de chegar aos 270 votos no Colégio Eleitoral.

Além da Florida e da Pensilvânia, há três estados com características bem diferentes que valem um grande número de votos no Colégio Eleitoral e merecem atenção: Carolina do Norte, Ohio e Wisconsin.

Esses estados mesclam eleitores de diferentes perfis. Enquanto moradores das cidades grandes costumam votar em candidatos democratas, habitantes das áreas rurais preferem republicanos. Assim, grupos específicos do eleitorado podem desequilibrar a corrida para um dos lados.

Em 2016, Trump venceu nos três estados — inclusive em Wisconsin, onde um republicano não conquistava a maioria dos eleitores desde a vitória de Ronald Reagan, em 1984.

G1

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