•  sábado, 23 de novembro de 2024

Ventiladores pulmonares inteligentes desenvolvidos em MG estão próximos de se tornar realidade

O equipamento foi enviado ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas, onde está sendo submetido a novos testes; expectativa é de que a certificação seja concedida pela Anvisa nos próximos dias

Por meio do projeto social InspirAR e com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a empresa mineira de soluções tecnológicas Tacom desenvolveu, em 20 dias, um protótipo de um ventilador pulmonar inteligente para dar suporte no tratamento dos pacientes infectados pelo novo Coronavírus. Na última terça-feira, 05, o equipamento foi enviado ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), onde está sendo submetido a novos testes, e a expectativa é de que seja homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já nos próximos dias. “Desafio maior do nosso projeto sempre foi agilizar esse processo de homologação, que, em situação normal, dura de 6 a 12 meses. Mas acreditamos que agora, após passar por esta etapa, o equipamento seja finalmente certificado”, conta o diretor comercial da empresa, Marco Antônio Tonussi.

De fácil manuseio e com custo aproximado de R$ 15.000,00, os ventiladores são significativamente mais baratos que os respiradores importados existentes no mercado, cujo preço médio gira em torno de US$ 30 mil. Mas, além do custo, outros pontos colocam o ventilador em vantagem frente aos respiradores comuns. O equipamento evita o vazamento de ar contaminado, expirado pelos respiradores convencionais e possibilita, ainda, que profissionais da saúde especialistas em ventilação mecânica possam se dedicar a casos mais graves, já que os ventiladores são controlados remotamente, bastando apenas um profissional para controle de até 50 equipamentos simultaneamente.

Para o desenvolvimento do ventilador pulmonar participaram do projeto médicos intensivistas de uma grande rede de hospitais de Minas Gerais, uma equipe de 35 engenheiros, além de programadores e desenvolvedores. “Nos países mais atingidos, a falta de respiradores foi o principal motivo dos óbitos. Pensando nisso e na tentativa de salvar vidas, decidimos nos movimentar para desenvolver um novo modelo de ventilador pulmonar”, explica Tonussi.

Depois de fabricados, os equipamentos serão doados ao governo estadual, que se encarregará da destinação aos hospitais de campanha e demais instituições hospitalares das cidades mais afetadas pela pandemia. A capacidade inicial de produção será de até cem respiradores por dia e, até o final de maio, a expectativa é entregar mil unidades para a rede pública de saúde.

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