SAÚDE, TECNOLOGIA E SOLIDARIEDADE – SESC SÃO PAULO INSTAURA LINHA PARA FABRICAÇÃO DIGITAL DE PROTETORES FACIAIS E DISTRIBUIÇÃO A PROFISSIONAIS DA SAÚDE PÚBLICA E ENTIDADES ASSISTENCIAIS
Instituição direciona infraestrutura de seu programa de Tecnologias e Artes para a fabricação e distribuição de protetores faciais no estado; Produção inclui plástico biodegradável e tem média estimada de até 500 unidades por semana; Em abril, o Sesc São Paulo já havia doado 420 mil itens de proteção como máscaras cirúrgicas, toucas sanfonadas, luvas plásticas e de procedimento
São Paulo, maio de 2020 – As unidades do Sesc em todo o estado de São Paulo permanecem fechadas para evitar a propagação do novo coronavírus, mas a instituição continua trabalhando em um conjunto de ações socioculturais que englobam as áreas de educação, saúde, alimentação e sustentabilidade para atenuar a crise sanitária que atinge todo o País. A novidade é a fabricação de protetores faciais para distribuição entre trabalhadores do serviço público de saúde, instituições de atendimento hospitalar sem fins lucrativos e entidades assistenciais que atendem idosos, pessoas em situação de vulnerabilidade e pessoas com deficiência. A produção já foi iniciada e a estimativa é de que sejam produzidas, por semana, cerca de 500 unidades do equipamento.
Os protetores, reutilizáveis, são constituídos por partes recicláveis associadas a componentes feitos com plástico biodegradável (polímeros termodinâmicos), cuja degradação no meio ambiente leva de seis meses a dois anos – o plástico comum levaria centenas de anos. São compostos por uma viseira de acetato cortada a laser e uma testeira, também de acetato ou plástico biodegradável – cujo filamento, utilizado na impressora 3D, é constituído de vegetais ricos em amido, como o milho, a beterraba, a mandioca e a cana de açúcar. A junção das peças para a montagem da máscara pode ser feita manualmente. A fabricação de uma unidade leva de 40 minutos a duas horas, dependendo do modelo.
Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, destaca: “O Sesc possui equipamentos que podem contribuir com o conjunto da sociedade no enfrentamento da situação presente. Nesse momento, o apoio aos profissionais de saúde, aos municípios e ao Estado como um todo, por parte de diferentes atores sociais, é de vital importância para que possamos superar a crise causada por essa pandemia”. E complementa: “Planejamos a continuidade de nossas ações em coerência com o momento que estamos vivendo”.
Os modelos produzidos atendem às necessidades de uso de maneira satisfatória, tanto no aspecto ergonômico, quanto em questões relacionadas à segurança e proteção. A linha de produção está concentrada no Espaço de Tecnologias e Artes do Sesc Avenida Paulista e conta com o apoio de educadores, profissionais e equipamentos de outras unidades do estado que também possuem infraestrutura de fabricação digital em seus Espaços de Tecnologias e Artes. O processo de produção inclui a utilização de impressoras 3D e máquina de corte a laser.
Dentre os protótipos desenvolvidos, aprimorados e compartilhados pelas iniciativas independentes da cultura maker, optou-se pela utilização do modelo “Viva SUS”, desenvolvido pelo grupo Makers contra a COVID – 19, e também o modelo elaborado pela startup Me Viro, compartilhado pelo Projeto Arrastão. Os critérios adotados na escolha foram: tempo de fabricação, ergonomia e aprovação pelos profissionais da saúde. Após duas semanas de testes e avaliações no mês de abril, os modelos foram aprovados e o Sesc São Paulo iniciou a produção.
Uma equipe de pesquisa e um grupo de trabalho foram criados para atuação em conjunto. A cada turno, cerca de dez educadores dos Espaços de Tecnologias e Artes do Sesc São Paulo atuam na operação de oito impressoras 3D e uma cortadora a laser. Funcionários que fazem parte ou que coabitam com pessoas do grupo de risco estão em casa e fora da operação. O processo inclui protocolo de boas práticas, em acordo com as determinações das autoridades de saúde, em que constam medidas como a higienização constante das mãos, materiais e ambiente de trabalho, a utilização de álcool 70%, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscaras e luvas – que são devidamente descartadas após cada operação –, a escala em turnos para que não haja aglomeração de pessoas e a observação do distanciamento físico em pelo menos 1,5m.
A iniciativa partiu da ideia de adequar o patrimônio do Sesc à situação atual, em especial a infraestrutura dos Espaços de Tecnologias e Artes presentes nas unidades do estado, onde são realizadas atividades educativas, de experimentação e desenvolvimento artísticos, em diálogo com profissionais do universo maker e engajados em iniciativas socioculturais dentro e fora da instituição.
Entre as instituições já beneficiadas está a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – instituição filantrópica considerada um dos mais importantes centros de referência hospitalar do Brasil e que já recebeu 50 exemplares do modelo “Viva SUS” –, além dos estaduais Hospital Ipiranga e Hospital Heliópolis, ambos na capital paulista, que na última terça-feira (12) receberam 25 unidades, também do modelo “Viva SUS”, cada um. O Sesc já organiza a destinação dos próximos lotes, que deverá ocorrer nos próximos dias e direcionada a instituições mapeadas pelas unidades no estado de São Paulo.
DOAÇÃO DE ITENS DE PROTEÇÃO HOSPITALAR
Ainda em abril, a instituição também fez uma doação de 420 mil itens de proteção aos profissionais da saúde. São máscaras cirúrgicas, toucas sanfonadas, luvas de procedimento e luvas plásticas – itens que seriam utilizados, principalmente, nas clínicas odontológicas e serviços de alimentação das unidades do Sesc foram destinados àqueles que trabalham nos serviços públicos estadual e municipal de saúde e que necessitam de proteção individual para o atendimento seguro aos pacientes. Entre as instituições beneficiadas, estão hospitais da capital, Grande São Paulo e mais 15 municípios do interior do estado: Araraquara, Bauru, Bertioga, Birigui, Campinas, Catanduva, Jundiaí, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Taubaté.
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