•  sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Mulheres na bolsa: 77% dos investimentos estão no Sudeste

De acordo com a iHUB Investimentos, com as taxas SELIC e CDI baixas é hora de reequilibrar carteiras
 

Entre os meses de abril e julho, as mulheres com renda por volta de 15 mil, com patrimônio investido entre 200 a 500k, que são geralmente executivas ou profissionais autônomas, em sua maioria se destacaram na bolsa de valores. Entre as principais ações escolhidas para investir foram: MGLU3,VVAR3, PETR4, BBAS3 e ITUB4.

O levantamento realizado pela iHUB Investimentos, escritório afiliado a XP Investimentos, mostra que as mulheres estão entre o público que mais tem crescido em termos percentuais, no que diz a respeito a investir na bolsa de valores.  Além disso, observa-se também que, no geral, é notado uma migração forte de ativos de Renda Fixa indo para a bolsa e fundos multimercado.

Segundo os dados do levantamento, cerca de 77% dos investimentos se concentram na região sudeste, sendo 65% em São Paulo, 7% no Rio de Janeiro, 5% entre Minas Gerais e Espírito Santo. Outros 8% refletem no Nordeste, 7% na região Centro-oeste, 5% no território norte e 3% restantes no sul do país

“Muito provavelmente isso se deu porque absolutamente todos os fundos DI que continham algum tipo de crédito privado também sofreram nessa crise, quando deveriam ser considerados portos seguros. Tivemos fundos DI que perderam mais de 7% em um único mês. Nessa classe de aplicação, o investidor não aceita. Se é para correr um risco assim, que seja logo na bolsa onde a perspectiva de retorno é muito maior os atuais 2% a.a da taxa SELIC”, explica o profissional em investimentos e sócio fundador da iHUB, Paulo Cunha.

Ainda segundo o levantamento, como as taxas SELIC e CDI seguem muito baixas, houve mais disposição em readequar investimentos mais rentáveis. Além das mulheres, aqueles que estavam de fora do mercado de ações nos últimos três anos e não aproveitaram a alta que o mercado ofereceu, também passaram a investir na bolsa. “É como se agora fosse a oportunidade que todos estavam aguardando”, comenta Cunha

Para este momento, o levantamento mostra ainda que as apostas estão acontecendo mais em médio prazo e os novos investidores acreditam que a bolsa pode se recuperar gradativamente. No entanto, caso isso demore a acontecer, muitos podem ficar frustrados e sair. “Até agora, o que podemos concluir é que houve um certo amadurecimento do brasileiro com relação aos investimentos e que a informação não está mais restrita apenas aos profissionais da área”, afirma Cunha.

O levantamento foi realizado com base em 1,6 mil clientes ativos da iHUB e a chegada de mais de 120 novos investidores entre abril e julho na carteira da empresa.

Mulheres na bolsa de valores

Para Paulo Cunha, o avanço das mulheres na bolsa também retrata o interesse pelo assunto, a busca pelo conhecimento e o desejo de autonomia financeira.

“Historicamente mulheres apresentam menor disposição para entrar no mercado de ações. Seja por receio quanto a volatilidade ou mesmo por terem um perfil mais conservador. Dito isso, elas eram as que possuíam um maior espaço na carteira para aproveitar a queda que aconteceu e foram para cima”, explica Cunha que, recentemente assumiu a gestão da carteira da influenciadora Mayra Cardi que hoje concentra mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais.

Com acesso digital cada vez mais abrangente, os portais de notícias especializados, as redes sociais e um grande desenvolvimento das plataformas de investimento de arquitetura aberta também contribuíram para essa mudança de postura e atração de novos investidores para o mercado.

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