Memorial da Televisão Aberta Brasileira traz imersão digital e interativa nos 70 anos da TV
Para celebrar os 70 anos da televisão, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) lança o Memorial da Televisão Aberta Brasileira nesta sexta-feira (27), a partir das 8h.
No museu virtual, é possível navegar entre as sete décadas da televisão brasileira e ver 700 fotos, 28 vídeos e mais de mil itens que fizeram parte de cenários, estúdios e programas de televisão.
“É muito importante para ABERT preservar a memória da TV aberta no Brasil. Como todo museu, ele vai estar sempre aberto para que a gente possa trazer novos vídeos, novas fotos e novos itens”, explicou Flávio Lara Resende, presidente da associação, em entrevista coletiva.
A data coincide com o aniversário de 58 anos da instituição que representa mais de três mil emissoras privadas de rádio e televisão do país. “É um presente para o público que gosta, entende e curte televisão”, continua Resende.
‘História de todos nós’
Por conta da pandemia, a ABERT resolveu criar essa alternativa virtual para celebrar as datas comemorativas e vai conseguir amplificar o público, já que não é preciso estar presencialmente em São Paulo, Rio ou qualquer outra cidade para ter acesso ao museu.
“A ideia é que fique esse legado para sempre, para a história da TV brasileira e em três línguas (português, inglês e espanhol) que é justamente para que a gente extravase os limites territoriais”, afirma o curador Elmo Francfort.
Para chegar ao resultado final, a ABERT teve o apoio de equipes dentro das emissoras afiliadas que ajudaram com o material de acervo necessário.
A composição dos cenários de cada década foi feita a partir de fotos, mas também houve o apoio de cenógrafos que trabalharam nas emissoras com a intenção de reproduzir de forma bem próxima à realidade de cada época.
Outra preocupação era equilibrar o espaço e conteúdo igualmente entre as diferentes empresas. “A história da televisão é a história de todos nós. Ela vai desde da fase experimental, antes da década de 50, até a atualidade”, explica Francfort.
Evolução da TV entre as décadas
Cada sala conta a história de cada uma das sete décadas e o visitante pode interagir com vídeos, fotos e textos de cada item destacado.
O começo da televisão com a TV Tupi de Assis Chateaubriand nos anos 50, a visita à Lua e a nave da Xuxa são alguns dos destaques.
A era dos festivais, o primeiro Jornal Nacional e os programas infantis como “Capitão Furacão”, “Vila Sésamo” também têm presença garantida no museu virtual, assim como os programas de auditório e seus apresentadores.
Além do destaque por década, fica disponível nesta sexta uma playlist com as trilhas de todas novelas do acervo do Memorial.
“A gente tinha que elencar o que tinha sido significativo, o que tinha sido emocionante e o que tinha um apelo muito emocional em relação ao público”, explica Marcelo Jackow, diretor de arte da Caselúdico, empresa parceira do projeto.
“Quando as pessoas navegarem com áudio, com as imagens todas, podendo acessar todos os acervos, galerias, a gente acredita que elas vão se emocionar demais. Quase como se estivesse visitando um parente que há muito tempo não vê nas décadas passadas“, continua.
A montagem online permitiu que um pouco do estilo de cada programa fosse representado nas salas e homenagens a Chacrinha, Hebe Camargo, Ayrton Senna, Gugu Liberato e Tom Veiga, intérprete do Louro José.
Além dos programas mais tradicionais, há também espaço para os reality shows, fenômeno dos anos 2000 que faz sucesso até hoje.
“A gente teve essa preocupação, de não só colocar todas as emissoras, mas também todos os gêneros”, explica Francfort ao falar sobre a sala dos anos 2000, que destaca o formato.
Já a conclusão em 2010 é descrita por Jackow como um momento de celebração: “A festa que a gente queria que acontecesse para o lançamento da exposição, a gente deixou como sendo o final para o público encontrar os personagens”.
No ambiente é possível ver mais de 2000 figuras que contribuíram para a história da televisão. “A ideia também é que cada uma dessas pessoas fossem compondo cada um dos pontos da televisão. Cada pixel, cada pontinho da tela é como se fosse cada uma delas”, finaliza Francfort.
G1