Festival de Brasília divulga lista dos 30 filmes selecionados
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro divulgou, nesta terça-feira (24), os selecionados para a 53ª edição do evento, marcado para ocorrer entre 15 e 20 de dezembro. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o festival não terá atividades presenciais, o público irá acompanhar os filmes pela internet e pela televisão.
O resultado da seleção foi publicado no Diário Oficial do DF e é considerado provisório, pois cabe recurso em até cinco dias, a partir da data de publicação. O prazo para recorrer segue trâmites legais em casos de seleções que usam verba pública.
A edição 2020 teve 698 inscritos (veja os selecionados mais abaixo).
De acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), dos seis filmes selecionados para a mostra oficial de longa-metragem, cinco são documentários, “dando vazão a homenagens viscerais ao cinema nacional e ao diálogo com figuras emblemáticas da cultura nacional”.
Confira a lista dos selecionados
Longas para Mostra Oficial
- Espero que Esta te Encontre e que Esteja Bem – Natara Ney, documentário, PE/RJ/MS, 83 min.
- Por Onde Anda Makunaíma? – Rodrigo Séllos, documentário, RO, 84 min.
- A Luz de Mario Carneiro – Betse de Paula, documentário, RJ, 73 min.
- Longe do Paraíso – Orlando Senna, ficção, BA, 106 min.
- Entre Nós Talvez Estejam Multidões – Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito, documentário, MG/PE, 92 min.
- Ivan, o TerríVel – Mario Abbade, documentário, RJ, 103min.
Curtas selecionados
- À Beira do Planeta Mainha Soprou a Gente – Bruna Barros e Bruna Castro, documentário, BA, 13min18s.
- Distopia – Lilih Curi, ficção, BA, 10min38s.
- A Morte Branca do Feiticeiro Negro – Rodrigo Ribeiro, documentário, SC, 11min.
- Mãtãnãg, a Encantadora – Shawara Maxakali e Charles Bicalho, animação, MG, 14min.
- Ouro para o Bem do Brasil – Gregory Baltz, RJ, documentário, 17min24s.
- República – Grace Passô, ficção, SP, 15min30s.
- Vitória – Ricardo Alves Jr. ficção, MG, 14min.
- A Tradicional Família Brasileira KATU – Rodrigo Sena, documentário, RN, 25min.
- Pausa para o Café – Tamiris Tertuliano, ficção, PR, 5min.
- Quanto Pesa – Breno Nina, ficção, MA, 23min.
- Guardião dos Caminhos – Milena Manfredini, experimental, RJ, 3 min.
- Inabitável – Matheus Faria e Enock Carvalho, ficção, PE, 19min57s.
Longas da Mostra Brasília
- O Mergulho na Piscina Vazia – Edson Fogaça, documentário, 83min.
- Cadê Edson? – Dácia Ibiapina, documentário, 72 min.
- Candango: Memórias do Festival – Lino Meirelles, documentário, 119 min.
- Utopia e Distopia – Jorge Bodanzky, documentário, 74 min.
Curtas da Mostra Brasília
- Algoritmo – Thiago Foresti, ficção, 20min.
- Questão de Bom Senso – Péterson Paim, documentário, 29min53s.
- Do Outro Lado – David Murad, ficção, 15min36s.
- Rosas do Asfalto – Daiane Cortes, documentário, 19min57s.
- Eric – Letícia Castanheira, documentário, 13min50s.
- Brasília 60 + 60: Do Sonho ao Futuro – Raquel Piantino, animação, 13min.
- Delfini Brasília, Olhar Operário – Maria do Socorro Madeira, documentário, 22min58s.
- Curumins – Pablo Ravi, documentário, 17min14s.
Edição de 2020 do Festival de Brasília
A edição de 2020 foi marcada por polêmicas. Em junho, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa chegou a anunciar o cancelamento do festival, por falta de verba. À época, o GDF argumentou que iria priorizar ações de governo no combate ao coronavírus e os efeitos econômicos da pandemia.
Três dias após o anúncio, no entanto, o secretário Bartolomeu Rodrigues voltou atrás e disse que o evento estava mantido. Segundo o secretário, o governador Ibaneis Rocha (MDB) havia garantido os recursos necessários.
Já no começo de outubro, a pasta cancelou o edital para selecionar uma Organização da Sociedade Civil (OSC) para a organização da 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB).
A secretaria já tinha selecionado uma OSC como responsável pelo evento. No entanto, a medida provocou críticas da classe artística, que questionou a decisão. A partir daí, a própria secretaria assumiu a organização do festival.
Silvio Tendler é curador do festival
O curador do Festival de Cinema de Brasília deste ano é Sílvio Tendler. Considerado um dos mais importantes documentaristas da América Latina, ele produziu e dirigiu cerca de 80 filmes entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental, além séries.
No Festival de Brasília, Silvio Tendler foi consagrado com “Glauber, o Filme – Labirinto do Brasil”, que recebeu o prêmio de melhor filme na categoria júri popular, em 2003. Também teve espaço no evento com “Encontro com Milton Santos (ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá)”, que ganhou o prêmio do júri popular, em 2006.
História do Festival de Brasília
O festival nasceu, em 1965, como Semana do Cinema Brasileiro. A iniciativa foi do historiador e crítico Paulo Emílio Sales Gomes, que estava à frente do primeiro curso superior de cinema da Universidade de Brasília (UnB).
Em 1967, o evento adotou o nome Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Nos anos de 1972 a 1974, o festival não foi realizado, no auge repressivo do regime militar, que impôs censura ao evento.
Em 2007, o Festival recebeu o registro de Patrimônio lmaterial pelo Governo do Distrito Federal.
G1