Empresas que não têm medidas para combater o coronavírus podem ser fechadas, diz Ministério do Trabalho
O Ministério Público do Trabalho da 15º Região está desde o início da pandemia de coronavírus recebendo denúncias de irregularidades trabalhistas relativas ao vírus. Somente em Sorocaba (SP) foram 71 denúncias.
De acordo com o representante do MPT em Sorocaba, a empresa que insistir na irregularidade pode ser fechada.
Em uma fábrica de Sorocaba que possui 1.600 funcionários e não teve nenhum afastado por coronavírus até o momento, tudo é desinfetado antes do turno.
O operador de máquinas Eduardo Santos, por exemplo, conta que, assim como a de muitas pessoas, a rotina dele mudou bastante depois da pandemia.
Álcool em gel nas mãos, álcool líquido nos equipamentos, máscara no rosto e todos os cuidados para evitar o coronavírus. Segundo ele, esse procedimento é repetido todos os dias ao chegar na fábrica.
“Além de usar a máscara, que é obrigatória, também mantemos o distanciamento. Não ficamos mais tão próximos um dos outros”, diz.
Caso algum funcionário apresente qualquer sintoma, um médico realiza o primeiro atendimento no ambulatório da empresa.
Entretanto, é importante que a prevenção continue também dentro de casa. Por isso, os familiares dos funcionários também recebem orientação. Além disso, visitantes e prestadores de serviços também são monitorados
“Se por um acaso concluirmos que é realmente um caso suspeito de coronavírus, fazemos um encaminhamento para o atendimento especializado e passamos as orientações devidas”, explicou o médico do trabalho, Bruno Benevides.
Nem todas as empresas estão tendo estes cuidados para proteger os colaboradores, e o Ministério Público do Trabalho ciente dessa realidade, já que recebeu somente em Sorocaba 71 denúncias.
Segundo o representante do MPT na cidade, Juliano Alexandre Ferreira, a maior parte das denúncias diz respeito à falta de equipamentos de seguranças, principalmente entre os trabalhadores da área da saúde.
“As principais irregularidades narradas nas denúncias são a falta de EPIs, principalmente máscaras e álcool em gel, distanciamento mínimo não sendo respeitado e o não afastamento de pessoas com comorbidades ou idosos, que estão no grupo de risco”, explicou.
Juliano também explica que as denúncias são feitas pelos próprios funcionários ou sindicatos, e a empresa que insistir na irregularidade pode ser fechada. Além disso, elas podem ser feitas pelo site do MPT.
“Nós pedimos que o judiciário fixe uma multa caso a empresa não cumpra com a determinação. Se mesmo com a multa a empresa não venha a cumprir, aí nós pedimos que o poder judiciário paralise as atividades do local”.
(G1)