Contratação de domésticas cresce 36% em 2021 na pandemia
Em igual época de 2020, 16,9 mil famílias estavam atrás de domésticas para admissão e trabalharem nas residências do país. Todas essas informações fazem parte de um levantamento inédito feito pela Famyle – plataforma que conecta as famílias com profissionais do ramo doméstico. O levantamento foi realizado com base nas informações numa pesquisa amostral registrada pela plataforma ao longo dos dois períodos.
O crescimento da procura no trabalho doméstico mostra sinais de recuperação em uma área que também seguia uma tendência de crise logo no início da pandemia. O volume de pessoas empregadas caiu de 6,4 milhões no fim de 2019 para 4,9 milhões em 2020. Esse resultado apontou uma perda de 1,5 milhão de vagas de um ano para outro, de acordo com o Dieese.
“O mercado voltou a aquecer porque as famílias passaram a trabalhar normalmente com a retomada da economia aos poucos. Além disso, as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa com o aumento do home office na pandemia, o que as obriga a ter suas rotinas dentro das residências. Além disso, as crianças deixaram de frequentar as escolas e foram obrigadas a terem o ensino à distância. Essa nova realidade gerou necessidade de se ter profissionais domésticas para ajudar no dia a dia das residências”, explica Guilherme Silva, CEO da Famyle com base no comportamento do mercado pela plataforma.
Contratações a cada mês
“O volume maior de famílias buscando por profissionais aconteceu em janeiro devido à queda nas contratações no período de Natal e Ano Novo passado. Fora isso, o mês de janeiro é atípico para as famílias, com mudanças, viagens e profissionais trocando de emprego ou cidades, o que movimenta este mercado” avalia o CEO da Famyle. Em seguida, julho, com mais de 2900, aparece em segundo lugar no ranking dos meses de 2021 com um número próximo ao de janeiro.
O mês de abril, com cerca de 2400, foi o de menor busca de profissionais. Isso ocorreu por ter sido o mês de 2021 com maior alta de casos e óbitos por coronavírus e no qual as restrições devido ao foram mais fortes.
Para os próximos meses, ele arrisca um palpite: o setor continuará bastante aquecido, justamente com a retomada ainda maior da economia, que se desenha com a volta da normalidade das atividades pós-pandemia. “Isso influencia no mercado de trabalho doméstico. Apesar da instabilidade da taxa de juros e inflação, a normalização comportamental e abertura de estabelecimentos vão impulsionar o consumo, gerando uma tendência de geração de vagas no setor inédita para 2022”, completa Guilherme.