Acesso a serviços públicos pela internet no Brasil aumentou durante a pandemia, aponta estudo
O acesso a serviços públicos pela internet cresceu no Brasil durante a pandemia de coronavírus, segundo dados do Painel TIC Covid-19, divulgados na última quinta-feira (1º).
O estudo mostra que 72% das pessoas com acesso à internet buscaram informações ou usaram serviços públicos on-line.
A maior procura foi por diretos do trabalhador ou previdência social, como INSS, FGTS, seguro-desemprego, auxílio emergencial ou aposentadoria.
O salto entre as alternativas digitais foi de 32%, na comparação com os indicadores da pesquisa TIC Domicílios 2019, que analisa informações sobre conexão à internet no Brasil.
Em seguida, os serviços mais buscados ou realizados pela internet foram os relacionados a documentos pessoais (46%), saúde pública (45%) e educação pública (37%).
A pesquisa, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), entrevistou pela web e telefone 2.408 brasileiros entre julho e agosto de 2020.
Serviços totalmente on-line
A proporção de usuários que disseram ter acessado os serviços públicos relacionados com direitos do trabalhador ou previdência social integralmente pela internet também aumentou.
32% afirmaram terem feito tudo on-line, sem precisar ir a até um posto. Em 2019, esse número foi de 8%.
A emissão de documentos pessoais como RG, CPF, passaporte ou carteira de trabalho realizadas totalmente on-line passou de 6% para 21%.
Barreira tecnológica no auxílio emergencial
A pesquisa perguntou sobre o recebimento do auxílio emergencial. Entre os usuários entrevistados, 38% receberam, 20% tentaram e não receberam e 39% não solicitaram o benefício.
Entre as pessoas que solicitaram e não receberam o auxílio, 12% disseram que não conseguiram usar o aplicativo da Caixa e 10% não tinham espaço no celular para o app.
Os usuários desse perfil nas classes D e E citaram em maiores proporções problemas relacionados com o uso das tecnologias, como não conseguir utilizar o aplicativo da Caixa (28%), limitações na Internet (22%) ou por que não tinham um celular (20%).
Telemedicina
As consultas on-line também cresceram durante a pandemia. Entre usuários de internet, 20% realizaram consulta com médico ou outro profissional da saúde de forma remota.
Pessoas com ensino superior (28%) e das classes A e B (27%) foram os que mais utilizaram esse serviço.
Entre os que realizaram consultas on-line, 63% recorreram à rede pública e 50% à rede privada. Metade utilizou aplicativos como WhatsApp ou Telegram.
A maioria dos entrevistados buscou informações sobre Covid-19 em websites ou em aplicativos. Entre eles, um quarto utilizou algum aplicativo de triagem virtual para conferir os sintomas e receber orientações sobre a doença.
Privacidade e app de rastreamento
Entre as pessoas que não quiseram agendar ou visualizar resultados de exames pela internet, 55% indicaram que tinham preocupação com a segurança dos dados pessoais.
Nas classes D e E esse motivo foi relatado por 70% dos usuários de internet, além da falta de confiança em realizar esse serviço on-line (34%).
O Painel TIC Covid-19 também perguntou sobre a possibilidade de baixar aplicativos que notificam sobre o contato com pessoas infectadas pelo coronavírus: 60% dos usuários afirmaram que com certeza baixariam e outros 25% disseram que provavelmente fariam o download.
Os motivos mais citados pelos usuários para não baixar esses apps foram a falta de interesse (46%), seguida pela decisão de evitar a ansiedade (43%).
Também foi mencionada a preocupação com vigilância do governo após a pandemia (42%), desconfiança de que o aplicativo possa identificar as pessoas (39%) e não querer que o governo acesse seus dados de geolocalização (39%).
G1