Dupla jornada fortalece a figura feminina
Os desafios de chefiar duas empresas e a família
A figura feminina sempre foi atrelada apenas ao lado doméstico. Mas, a cada dia, a mulher adentra mais e mais ao mercado de trabalho. No Brasil, sua participação na economia é grande, dados apontam que elas já movimentam quase metade do mercado formal de trabalho, totalizando 40%.
E, com esta forte movimentação, crescem as responsabilidades. Com cargos de liderança em diversos setores, a força feminina se estabeleceu. Um exemplo disso acontece na grande metrópole brasileira: São Paulo. Em São Paulo, maior polo da América Latina, duas empresas são chefiadas por uma mulher. O nome dela é Madalena Feliciano.
Madalena é empresária, gestora de carreira e hipnóloga, CEO de duas empresas, Outliers Careers e IPCoaching. Ela conta que trabalhava nesse ramo há muito tempo, mas não se sentia satisfeita com o andamento da carreira, então, decidiu abrir sua própria empresa. “Eu trabalhava em empresas nas quais não via perspectiva. Depois da minha formação em coaching, decidi abrir meu próprio negócio. Falei com meu marido para entrar em acordo com a empresa e, utilizando o fundo de garantia dele, abri meu próprio negócio. Assim comecei!”
Atualmente, as mulheres representam 37% dos cargos de gerência e direção das empresas. “A rotina de chefiar uma empresa e uma família ao mesmo tempo não é nada fácil”, conta a gestora. Ela é mãe de 5 filhos e revela a dificuldade de dividir seu tempo entre a família e os mais de 20 colaboradores, sem contar os clientes das empresas. “A gente pensa que “ser dono” é ter mais tempo, mais tranquilidade, mais flexibilidade de horário, mas hoje eu trabalho o dobro do tempo em comparação à quando eu era apenas funcionária. Tenho que pensar nos colaboradores, fluxo de caixa, pagamentos, dificuldades do mercado, além de acompanhar a rotina dos filhos na escola. É um desafio diário, mas vale muito a pena!,” salienta.
Além do desafio de conduzir tudo ao mesmo tempo, Madalena enfrenta, também, a estranheza de líderes executivos homens, que não estão acostumados com a presença de mulheres em cargos de liderança. “ São 70% dos meus clientes que são homens, então, muitas vezes, existe um preconceito por parte deles: ‘Uma mulher… o que ela tem a me ensinar?’. A gente vai quebrando esses paradigmas aos poucos e tudo vai fluindo”, expõe Madalena.