Pequena Lo diz sonhar com talk show e turnê de stand-up: ‘Tinha uma meta de ser reconhecida’
Lorrane Silva tem um canal no YouTube desde 2015, mas foi em 2020, ao entrar “sem pretensão” no TikTok, que ela viu o número de seguidores em suas plataformas crescerem.
Conhecida como Pequena Lo, a psicóloga de 24 anos criou sua página na rede social durante a quarentena. Hoje, já com quase dois milhões de seguidores, é um dos grandes nomes do humor na plataforma.
“Comecei dublando lá e o pessoal gostou muito por conta da interpretação, expressão. Também comecei a reproduzir os vídeos que já tinham sido gravados. Aí foi crescendo, crescendo… Tomou uma proporção enorme, que eu não imaginava”, conta Lorrane ao G1.
A mineira nascida em Araxá mora atualmente com a mãe em Uberaba, onde fez faculdade. Ela acabou adiando os planos de iniciar seus trabalhos na psicologia durante a quarentena para se dedicar aos vídeos.
Com isso, além dos bons números no TikTok, Lorrane viu os seguidores no Instagram se multiplicarem na quarentena. Foi de 56 mil (março) para 1,4 milhão.
Entre os novos seguidores estão famosos humoristas como Paulo Gustavo, Whindersson Nunes, Tirulipa e Tatá Werneck.
“Como eu comecei em 2015, eu tinha uma meta de ser reconhecida, de levar alegria pra milhares de pessoas. Mesmo eu não estando ali vendo essas pessoas pessoalmente, eu sinto que elas estão próximas de mim, eu fico muito feliz com todo esse carinho.”
“E é a realização de um sonho que eu sempre carreguei comigo desde criança, que eu sempre gostei de fazer as pessoas ao meu redor sorrirem.”
“E eu fico muito feliz de estar ao mesmo tempo levando alegria e a representatividade de nós PCDs [pessoas com deficiência]”, afirma Lorrane.
Em 2016, em entrevista ao G1, Lorrane explicou que problemas ósseos desde o nascimento comprometerem seu crescimento. Mas mesmo passando por diversos médicos, ainda não foi descoberto o nome da síndrome da qual ela é portadora.
“Não conheço ninguém que seja igual a mim, minha síndrome ainda não tem nome, eu tenho membros curtos e problemas nos ossos. Devido a minha estatura, muitos confundem minha síndrome com nanismo, mas não é a mesma coisa, pois eu preciso andar de muleta”, explicou.
Quem entra no canal de Lorrane em busca de distração, encontra a jovem imitando memes, dançando e repetindo cenas do cotidiano como o momento de um flerte ou a curtição em festa com as amigas.
“Sempre fui, desde criança, muito observadora. E são situações que eu penso que as pessoas já viveram, que eu já vivi quando criança, na adolescência… até mesmo as mães que têm algumas atitudes iguais.”
Como lidar com os haters?
Com tanta gente de olho em seus canais nas redes sociais, Lorrane não foge do ataque de haters. Mas a psicóloga não parece se preocupar.
“Sempre vai ter. Mas eu brinco: ‘nem Jesus agradou todo mundo, quem somos nós pra agradar a todos?’. Claro que nunca nós vamos conseguir agradar todo mundo, mas sempre vai existir hater, porque tem pessoas ali que não vão gostar do trabalho. E tá tudo bem, sabe. Se ela não gosta, ok.”
“Muitas pessoas criticam porque fica mais fácil digitar, não mostrar o rosto. Mas eu fico muito feliz que os haters são a minoria. Então, eu deixo pra lá e sigo fazendo o que eu gosto, o que a galera gosta, que são meus vídeos. E bola pra frente.”
Os planos da Pequena Lo
Lorrane sonha em ter um talk show e em fazer um stand-up comedy. Ela quer “iInvestir nessa carreira, no humor”. Para isso, planeja fazer um curso de teatro.
“Vejo que está tendo essa evolução de uma maior aceitação de que nós também temos e podemos ter a oportunidade, a gente sabe fazer humor. Percebo isso agora que tenho mais contato, que estou conhecendo mais pessoas, mais mulheres do meu segmento, que estão no humor também.”
“E é muito bonito quando a gente consegue se unir, uma torcendo pelo sucesso da outra, porque juntas nós vamos quebrando esse tabu aos poucos.”
G1