Para ter futuro no mercado de trabalho, universitários devem focar em competências
Cada vez mais empresas selecionam candidatos pelas suas competências e não por suas qualificações. Plataformas como o Canvas facilitam a combinação entre empregador e trabalhador
A emoção de grudar na geladeira o 10 que o filho tirou na última prova está com os dias contados. Uma tendência nos últimos anos das grandes instituições educativas nos Estados Unidos e na Europa começa a se fortalecer nas universidades brasileiras: as qualificações já não importam tanto, e sim as competências adquiridas.
A educação baseada em competências (EBC), um conceito que surgiu nos Estados Unidos há mais de 50 anos devido às preocupações de que os estudantes não desenvolviam as habilidades necessárias para a vida fora da sala de aula, começou aos poucos a ter mais presença nos programas educativos das universidades brasileiras. A mudança de paradigma se deve principalmente ao fato de que cada vez mais empresas exigem habilidades e não qualificações. Já não são mais relevantes as notas ou o título universitário em um currículo, mas sim as skills adequadas para que uma pessoa cumpra com os requisitos de um cargo especializado.
“É algo muito novo na América Latina”, explica Alejandro Sisniega, VP na América Latina da Instructure, criadora do Canvas, software de gestão de aprendizado que está presente nas melhores universidades do mundo. “Hoje, quando as empresas oferecem uma vaga, elas indicam as habilidades necessárias de um funcionário.”
O que é uma competência?
É a capacidade de executar corretamente em contextos complexos e autênticos. Na linguagem atual das empresas e das instituições educativas, uma competência se define mais facilmente com a palavra skill. A chave é que a educação e a avaliação subsequente se concentram em demonstrar que o estudante domina essa competência e que diferentemente da educação clássica, não decorou conceitos ou simplesmente resumiu meses de estudo em uma dissertação.
As competências podem ser muito variadas, como dados, conhecimentos específicos, habilidades, comportamentos, atitudes, valores e muito mais. Um aluno pode demonstrar competência em comunicação oral, redação, pensamento crítico, idiomas, processos mecânicos, criatividade, etc.
A educação baseada em competências possui outras características que a diferenciam da educação tradicional: o estudante vai no seu próprio ritmo. Está educação se concentra no domínio e aperfeiçoamento de uma habilidade, portanto, não é necessário estar em uma sala de aula ou seguir o mesmo ritmo de dezenas de alunos.
“Através da nossa plataforma Canvas, as universidades oferecem programas especializados e podem criar ambientes de aprendizado digital que se adaptem de forma individual a cada aluno. O tempo dedicado e o ritmo de aprendizagem são variáveis e o conteúdo personalizado. Por meio da Instructure, em aliança com universidades de renome, oferecemos a possibilidade de educar em competências. As empresas têm acesso aos perfis dos estudantes, o que facilita sua inclusão no mundo profissional”, conclui Sisniega.
Não se trata de mudar por completo o sistema educacional. Ser aprovado nas matérias e se graduar continuará exigindo qualificações, porém, o que se busca com esse tipo de educação e avaliação é que os alunos tenham uma preparação mais sólida e demonstrável para que o mundo real fora da sala de aula seja tão intimidador.