Fundeb: saiba mais sobre o fundo que financia a educação pública no país e que agora é permanente
O Fundeb é o que garante o reforço de caixa de estados e municípios para investir nos estudantes da rede pública da educação infantil ao ensino médio.
A verba é usada para pagar salários dos professores, reformas de escolas, entre outros gastos. Em 2019, os recursos totalizaram R$ 166,6 bilhões.
Com a aprovação nesta terça no Senado, o fundo que era provisório foi tornado permanente por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
O Fundeb serve para quê?
Ele foi criado provisoriamente em 2007, a partir do antigo Fundef, para garantir que os recursos cheguem à educação.
Funciona como uma espécie de “pote de dinheiro” destinado exclusivamente às escolas públicas de educação básica (creches, pré-escola, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação especial e educação de jovens e adultos). Os recursos vêm de impostos e tributos que, por lei, devem ser aplicados ao desenvolvimento do ensino.
A ideia é evitar a desigualdade e distribuir o dinheiro para garantir um valor mínimo investido por aluno, igual a todos os estados.
A estimativa é que, de cada R$ 10 investidos na educação básica no Brasil, R$ 6 vêm destes recursos. No ano passado, o Fundeb reuniu R$ 166 bilhões em verbas – R$ 151,4 bilhões de arrecadação estadual e municipal, e R$ 15,14 bilhões da União.
Fundeb é a sigla para Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica.
E por que essa aprovação no Congresso foi importante?
O projeto que trata da renovação do Fundeb estava em discussão no Congresso havia cinco anos.
Por se tratar de uma mudança na Constituição, foram necessários dois turnos de votação na Câmara e outros dois no Senado.
Sem o fundo, haveria uma grande lacuna no financiamento das escolas públicas porque deixaria de existir uma garantia de dinheiro para pagar desde professores e funcionários até o transporte escolar.
Como é a divisão desse “pote de dinheiro”?
Os recursos do Fundeb primeiramente vêm de uma cesta composta por fundos e impostos, estaduais e municipais. A partir da definição desse montante, o governo federal entra com sua parte – hoje em dia em 10%. Pelo novo texto, esse percentual do governo federal nos recursos usados para a educação sobe para 12% no ano que vem e vai gradativamente até 23%, em 2026. Visualize no gráfico:
Qual era a proposta do governo federal? Como o MEC participou do debate?
O governo se absteve das discussões durante a tramitação na Câmara, mas três dias antes da votação, apresentou uma proposta que previa Fundeb só em 2022 — com o percentual de 12,5%, alcançando 20% em 2027. Na proposta, não era esclarecido o que aconteceria com o Fundeb no ano que vem. Seria um vácuo de um ano sem que houvesse previsão de financiamento da educação. A proposta não avançou.