•  sábado, 23 de novembro de 2024

Trabalho em equipe e inteligência emocional são habilidades mais valorizadas por grandes empresas, diz pesquisa

Levantamento do PageGroup mostra que as habilidades comportamentais mais valorizadas pelos líderes de grandes empresas da América Latina são trabalho em equipe (47,5%), inteligência emocional (33,8%) e comunicação assertiva (28,8%).

Entre as habilidades técnicas mais valorizadas estão ter domínio de um segundo ou terceiro idioma (36,8%), ter domínio de processamento de dados (32,80%) e de análise estatística (32,7%).

No Brasil, as habilidades comportamentais mais valorizadas são:

  • inteligência emocional (42,9%)
  • trabalho em equipe (38,4%)
  • comunicação assertiva (31,1%).

 

No restante da América Latina, a habilidade mais valorizada é o trabalho em equipe, aparecendo com maior destaque na Argentina (62,2%), seguida pelo Chile (55,1%), Colômbia (50%), México (45,2%) e Peru, com 36,3%.

Os dados fazem parte do levantamento Habilidades 360°, desenvolvido pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado, que opera com as marcas Page Executive, Michael Page, Page Personnel, Page Outsourcing e Page Interim na região. Participaram do levantamento, realizado em setembro, 3 mil executivos de cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México.

Na avaliação dos executivos pesquisados, 78% disseram que ter equilíbrio entre as competências comportamentais e técnicas seria essencial, já que permite às organizações lidarem melhor com momentos de crise e incerteza.

Segundo a pesquisa, 80% dos executivos respondentes afirmaram que não contratariam um talento que atenda às competências técnicas, mas não às habilidades sociais exigidas.

As habilidades comportamentais mais difíceis de se encontrar no mercado são:

  • a inteligência emocional (57%)
  • comunicação assertiva (42%)
  • resolução de conflitos (38,8%)
  • liderança (33%)

 

De acordo com a pesquisa, as habilidades comportamentais receberão ainda mais relevância depois da crise, já que são importantes para a evolução dos negócios em momentos de instabilidade.

Além disso, ainda segundo o levantamento, competências técnicas transversais – úteis às diferentes áreas da empresa – também serão promovidas entre os colaboradores, utilizando como base o pensamento lógico correspondente a uma nova realidade integrada.

O domínio de habilidades técnicas e sociais durante os processos seletivos é uma estratégia que 64% das organizações na região estão implementando e que lhes permitem avaliar de forma abrangente o quão adequado é um perfil para uma posição específica.

Seguindo essa lógica, o Brasil é o país que mais investe na prática, representando 62,4% das organizações. Na sequência, estão a Colômbia, com 60,6%, e o México, com 59,9%.

Redesenho

Segundo Gil van Delft, presidente do PageGroup no Brasil, as transformações provocadas pela Covid-19 estão redesenhando o olhar do mundo do trabalho.

“Gerenciar com a incerteza, adaptar-se rapidamente e entender a mudança como uma constante são os três principais aprendizados que sociedade, organizações e pessoas tiveram que aprender com a pandemia. Então, nunca foi tão importante entender quais as são as habilidades mais demandadas no novo cenário e como recrutar e selecionar esses talentos “, analisa.

Para ele, o cenário reflete a necessidade de os profissionais saberem equilibrar diferentes emoções em meio a imprevistos e dificuldades dos contextos que podem vir a enfrentar. “A inteligência emocional gera um diferencial competitivo, já que favorece um ambiente com menos conflitos e mais racionalidade”, comenta.

Dificuldade para encontrar talentos

As empresas continuam enfrentando muitos desafios na hora de contratar, mesmo com o desemprego em alta por conta da pandemia.

Entre as dificuldades destacadas pelos executivos para preencher as vagas estão:

  • Para 61%, os candidatos não possuem as competências comportamentais necessárias para assumir a posição;
  • Para 40%, os candidatos não possuem os conhecimentos técnicos exigidos;
  • Para 35%, é a dificuldade de a área de Recursos Humanos encontrar o talento certo e o perfil desejado;
  • Para 24%, os candidatos não têm a experiência necessária.

 

De acordo com Gil van Delft, as companhias devem olhar ainda mais para um conjunto de habilidades técnicas e comportamentais para selecionar o talento apropriado, em meio a um cenário em que a escassez de perfis com essas características é uma constante.

Investimento em treinamentos

 

Para desenvolver novos talentos, 52% das empresas da América Latina estão investindo no treinamento de seus funcionários, enquanto 40,4% estão redefinindo o perfil exigido nas vagas e outros 32% estão investindo em melhores processos de recrutamento e seleção para evitar a alta rotatividade devido à contratação de um talento que não acumule habilidades e conhecimentos em diferentes áreas.

Falta de orçamento para desenvolver talentos

 

O contexto atual e novas formas de trabalho estão influenciando o dinamismo do mercado. Assim, os modelos de trabalho flexíveis têm maior relevância e o grande desafio da área de Recursos Humanos é investir em contratações mistas, que permitam às empresas terem equipes multidisciplinares e talentos híbridos.

O profissional híbrido é aquele que, ao mesmo tempo em que é especialista em um assunto, acumula habilidades e conhecimentos em diferentes áreas. A multidisciplinaridade está sendo cada vez mais valorizada pelas empresas, principalmente após a pandemia, já que sua atuação agrega valor aos diferentes segmentos que compõem a organização. No entanto, dois em cada cinco executivos dizem que encontrar profissionais com tais características é mais difícil hoje do que há 5 anos.

Na corrida para desenvolvê-los, os principais desafios que os executivos enfrentam na América Latina são a falta de orçamento nas organizações (48,7%), a falta de tempo (47,2%) e a falta de programas de capacitação e treinamento nas empresas (36,4%).

No Brasil, o principal obstáculo é a falta de orçamento (60,9%), seguido da Argentina (56,4%) e do México (50,5%). A falta de tempo é o maior empecilho na Colômbia (58,3%) e no Chile (48,9%). Já no Peru, há falta de programas de capacitação e treinamento nas empresas (43,2%).

O estudo ainda aponta que talentos híbridos trazem algumas vantagens competitivas às organizações, destacadas no levantamento, como: lidar melhor com momentos de crise e incerteza (78,7%); obter melhores resultados financeiros (65%); atingir sinergias entre as áreas da empresa (62%); promover a inovação empresarial (38,8%); ter melhor atendimento ao cliente (33%) e adotar novas tecnologias (7%).

G1

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