Startup brasileira desenvolve solução modular em contêiner com ambiente controlado que pode ajudar no combate à pandemia
A The Cube já pediu a patente internacional da solução que está em conformidade com as normas mais rigorosas na área de saúde
A startup brasileira The Cube, criada a partir da parceria de profissionais da área de saúde e de engenharia, anuncia o desenvolvimento de solução modular com o uso de contêineres com ambientes controlados para aplicações de alta, média e baixa complexidade na área de saúde, incluindo as que exigem diferentes níveis de esterilização. Como a tecnologia traz um novo modelo de estrutura de atendimento em saúde, pautado na flexibilidade e na mobilidade, a solução da The Cube pode contribuir para a crescente demanda por espaços adequados ao combate da covid-19.
A The Cube inova com soluções modulares de saúde por meio da utilização de contêineres, configuráveis de acordo com a necessidade da aplicação. Visualmente, a unidade é similar a um contêiner refrigerado conectado ou não a outros contêineres. Na prática, as unidades podem expandir a capacidade de hospitais ou serem utilizados para criar hospitais de campo de diferentes tamanhos.
Internamente as unidades são desenhadas e preparadas para atender às normas e legislações de áreas-limpas (Classe ISO 7 e 8), e podem ser utilizadas para estoque de medicamentos, centros de infusão ou de hemodiálise, centros cirúrgicos, unidades de terapia intensiva e produção e transporte de fármacos, com o objetivo de atender, de forma personalizada, às necessidades dos clientes e da sociedade.
De acordo com a médica e CEO da empresa, Elizabeth Maccariello, a tecnologia da The Cube permite a criação de ambientes em conformidade com as normas e com os rígidos padrões de controle para a realização de procedimentos críticos, invasivos e estéreis, com efetividade, segurança e rapidez.
Elizabeth explica que a The Cube investiu cerca de R$ 550 mil no desenvolvimento do produto e nas questões relacionadas ao registro da solução, incluindo o da patente internacional via INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), solicitada há mais de um ano.
Em relação ao estágio de desenvolvimento do projeto, Elizabeth diz que a empresa já estava com algumas negociações em andamento. “Decidimos acelerar o processo comercial, pois acreditamos que a nossa tecnologia pode contribuir para melhorar o gerenciamento da pandemia causada pelo novo coronavírus”.
Usos e benefícios durante a pandemia
Para a médica, no caso da covid-19, os contêineres da The Cube podem ter diferentes usos. “A solução pode ser usada na fase de triagem para segurança dos pacientes e da equipe, evitando a propagação da doença aos demais pacientes internados. Ao mesmo tempo, a tecnologia permite filtrar e manter a adequada pressão do ar até que seja atingido o grau necessário de classificação, proporcionando redução dos riscos de contaminação dos profissionais da saúde envolvidos no processo”.
A solução da The Cube também pode ser útil nos serviços de apoio e de diagnóstico local ou como laboratório de análises clínicas e de tomografia. Além disso, pode ser usada como unidade de atendimento médico-hospitalar: internação, terapia intensiva e leitos de isolamento. Ainda é possível ser usada como unidade móvel de diagnóstico laboratorial: testagem em massa para confirmar ou descartar casos suspeitos ou para apoio logístico na armazenamento e na distribuição de equipamentos, materiais e medicamentos.
Elizabeth diz que, na prática, há inúmeros reflexos positivos. Por meio da expansão do número de leitos são fortalecidos os serviços hospitalares de referência para a implantação dos planos de contingência à covid-19. “As soluções modulares da The Cube podem complementar o atendimento nos hospitais de campanha, tornando-os mais seguros e evitando risco de contaminação das equipes assistenciais e a contaminação cruzada”.
A CEO destaca que um dos principais atributos é que os módulos podem ser movimentados por diferentes meios de transporte (caminhão, trem, navio e avião cargueiro) para lugares onde a pandemia ainda não tenha sido controlada, o que permite flexibilidade e otimização no atendimento. “No caso da França, por exemplo, onde a doença ficou mais restrita a certas regiões e faltaram leitos, não seriam movidos os pacientes e sim os contêineres. Além disso, após o fim da epidemia ou pandemia, a estrutura pode ser mantida ou adaptada a outro propósito que atenda à população”.
Com monitoramento remoto, a solução tem um forte impacto social e seu uso vai muito além das pandemias, conforme Elizabeth. “A nossa tecnologia promove facilidade de acesso à saúde para populações que residem em áreas distantes dos centros urbanos, que contam com baixa densidade demográfica, além das regiões carentes, em situações de catástrofe ambiental ou ainda em zonas de conflito permanente”, ressalta.