•  sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Negócios em alta para 2020

O cenário não tem sido animador para os empreendedores, mas estamos diante de uma possível virada para os negócios em 2020. Se você quer abrir uma empresa e estava aguardando um momento mais favorável, essa pode ser a oportunidade perfeita.
Em novembro de 2019, o governo atualizou a previsão de crescimento do PIB para 2,32%, com uma projeção da inflação abaixo do esperado (3,26%), segundo dados da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia publicados na Exame.

Junto à redução histórica de juros, diminuição contínua do risco país e retomada da confiança, os indicadores de recuperação são claros.

Porém, o crescimento das atividades econômicas ainda é tímido, e, por conta disso, o cenário dos negócios em alta em 2020 não é tão diferente de 2019.

O que vale no momento é identificar os segmentos com maior potencial, de olho nas tendências e projeções para o futuro.

Assim, você pode encarar os negócios em alta para 2020 como uma nova chance de montar uma estratégia para tirar sua empresa do papel.

15 negócios em alta em 2020
Os negócios em alta em 2020 englobam opções para ganhar dinheiro na crise, em segmentos mais resilientes, e também novidades com alto potencial de crescimento.

Veja quais ideias podem dominar o mercado nos próximos meses.

1. Alimentação “plant-based”
A pesquisa mais recente do Ibope, publicada em 2018 no G1, mostra que 14% da população brasileira já se declara vegetariana (30 milhões de pessoas).

Ao mesmo tempo, 55% afirmam que estão dispostos a consumir mais produtos veganos (sem ingredientes de origem animal).

Para tornar o vegetarianismo mais acessível, surgiu o conceito de plant-based diet, ou dieta baseada em plantas, que introduz alimentos 100% vegetais no cotidiano de pessoas que consomem carne.

Um dos fenômenos recentes que ilustra essa tendência é o desenvolvimento de produtos sem carne em grandes redes, como o “impossible burger” do Burger King e o “Futuro Burger” recém-chegado nas hamburguerias brasileiras.

Logo, estamos diante de uma mudança cultural na alimentação — e quem chegar primeiro, pode ditar os rumos desse mercado.

2. Cosméticos naturais
No segmento de cosméticos, os ingredientes de origem natural são a tendência da vez.

De acordo com uma pesquisa do Laboratório de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), publicada no Caderno de Tendências 2019-2020 da Abihpec/Sebrae, esse segmento cresce entre 8 e 25% ao ano no mundo todo.

No Brasil, 41% da população tem interesse em produtos de beleza e cuidados pessoais com ingredientes de origem natural, segundo um relatório da Mintel.

Entram nessa categoria os produtos à base de plantas, óleos vegetais e extratos botânicos, que também incluem métodos de produção sustentáveis e comércio justo.

Com uma rápida busca, já podemos encontrar várias marcas de cosméticos naturais e artesanais. Inclusive, muitos empreendedores desse nicho começam anunciando seus produtos em mídias sociais e com lojas online em marketplaces.

3. Brechós
Entra ano, sai ano e os brechós não saem de listas de negócios em alta. Mas não chega a ser surpresa, porque reaproveitar o velho em vez de comprar o novo é um conceito que combina bastante com os tempos de economia compartilhada.

Embora seja um mercado frequentemente incentivado, ainda há espaço para a venda de peças usadas, como roupas. As principais oportunidades estão no meio online, podendo negociar com pessoas de todo o Brasil que buscam artigos específicos.

Prova disso é o sucesso do Enjoei, por exemplo, que cresce 80% ao ano, segundo dados publicados na E-commerce Brasil.

4. Corte e costura
Com a busca pela personalização e autenticidade, os ateliês de costura estão voltando com tudo. Só as escolas de corte e costura já registraram aumento de 50% dos alunos em 2018, de acordo com matéria da Band.

Além disso, portais como o GetNinjas facilitam o acesso aos serviços de costureiros profissionais, que criam peças sob medida ou fazem ajustes de acordo com o desejo do cliente.

O reflexo do crescimento do setor também apareceu na indústria de máquinas de costura, que registrou alta de 30% no primeiro semestre de 2019, de acordo com dados da distribuidora Andrade Máquinas publicados na Textília.

5. Perfumes personalizados
Voltando ao setor da beleza, uma tendência para colocar no radar são os perfumes personalizados.

No caderno de tendências da Abihpec, aparecem as fragrâncias “DIY” (Do It Yourself ou Faça-Você-Mesmo), que permitem ao consumidor assumir o papel de perfumista. No caso, criar seu próprio perfume oferece uma sensação única de exclusividade e alquimia.

Inclusive, é possível utilizar a inteligência artificial para criar perfumes personalizados a partir de várias combinações de essências, unindo a tecnologia à beleza em um negócio inovador.

6. Coworking
Coworking é um negócio em alta — e não é de hoje.

Na esteira da economia compartilhada, o coworking acelera.

Nos últimos três anos, o mercado de escritórios compartilhados cresceu impressionantes 500%, em comparação com os 200% globais, segundo dados do Censo Coworking Brasil publicados na Exame.

Em 2018, os coworkings faturaram cerca de R$ 130 milhões, e ainda há muito espaço para concorrer no mercado. Atualmente, a tendência é criar espaços temáticos, concentrando no mesmo local profissionais, serviços e recursos de um único segmento.

Há, por exemplo, coworkings dedicados a profissionais de moda, agronegócio, beleza, educação, entre outros setores.

Outro fator que ajuda a impulsionar o segmento é o aumento do desemprego e a crescente procura por opções para trabalhar em casa.

Como nem sempre o home office oferece condições adequadas para atividades profissionais, utilizar um coworking é uma boa alternativa.

7. Desenvolvimento de aplicativos
Não é de hoje que os apps encheram as nossas vidas de facilidades. Afinal, os smartphones se tornaram dispositivos obrigatórios no dia a dia.

De acordo com uma pesquisa da Pew Research, publicada no Canal Tech, a indústria de desenvolvimento de aplicativos deve movimentar US$ 6,3 trilhões até 2021. O estudo também mostra que 60% dos brasileiros utilizam apps diariamente, tornando o mercado nacional altamente promissor.

Entre as tendências para 2020, estão os apps para wearables como smartwatches e fit bands, apps que se integram a dispositivos IoT (Internet of Things) e chatbots (robôs de conversação).

8. Drones
Há aplicações diversas para esses dispositivos voadores, desde operações industriais até o lazer, sem esquecer do seu uso crescente no agronegócio. Não há como deixar a fabricação de drones de fora dos negócios em alta, pois acredita-se que há um potencial ainda inexplorado quanto ao seu uso comercial.

Após a regulamentação dos drones pela ANAC, as perspectivas para esse mercado ficaram ainda mais animadoras. De acordo com um relatório da FAA (Federal Aviation Administration), o setor deve triplicar até 2023 e o uso comercial deve crescer, principalmente no segmento de logística.

9. Infoprodutos
Não é exagero dizer que o mercado de produtos digitais no Brasil ainda engatinha diante de tantas possibilidades abertas pela internet. No entanto, hoje já há exemplos de muita gente que literalmente faturou milhões começando do zero.

Isso não significa a garantia de lucro fácil, mas de que há demanda para a oferta. Infoprodutos podem envolver todo o tipo de solução digital, como livros, aulas e palestras. E o melhor de tudo é que dá para começar tendo apenas um computador como estrutura.

O crescimento de plataformas como TurboMKT, Monetizze e Hotmart é a prova de que há muitas oportunidades para monetizar infoprodutos e investir no marketing de afiliados.

10. Pagamento por aproximação
O pagamento por aproximação surpreendeu pelo crescimento vertiginoso: 600% de aumento na demanda em julho de 2019, de acordo com dados da pesquisa Visa Consulting & Analytics publicados na Noomis.

O sistema “aproximou, pagou” chegou às linhas de transporte público das principais capitais do país, aceitando pagamento com cartões de débito e crédito, celular ou qualquer outro dispositivo wearable (pulseiras, relógios, etc.).

A tecnologia sem contato tem grande potencial no setor bancário e no varejo, e os pioneiros desse mercado terão grandes chances de liderar a transformação digital.

11. Microcervejarias
Quem vê o sucesso das cervejas artesanais nos últimos anos pode imaginar que o setor chegou no seu limite. Mas é fácil de explicar e de entender a sua inclusão nesta relação de negócios em alta.

Quando as primeira bebidas com essas características começaram a ganhar o mercado, não se imaginava ainda que tantos aromas e sabores diferentes estariam disponíveis ao público. E quem disse que as novidades acabaram?

Depois da inclusão no Simples Nacional, em 2018, o mercado ganhou 186 novas fábricas e cresce a um ritmo de 35% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva) publicados no Jornal da USP.

12. Impressões 3D
Como tudo que é novo, o mercado de impressões 3D é um tanto desafiador, mas quem conseguir dominá-lo tende a empreender em um negócio altamente lucrativo. As principais empresas do setor são startups estrangeiras.

De acordo com dados da IDC do Brasil, publicados na 3D Lab, a impressão 3D no mundo inteiro movimentará US$ 35,4 bilhões até 2020, e o crescimento no mercado brasileiro é de 24,1% ao ano.

Os segmentos mais promissores, de acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial, são aeroespacial, logística, química e biotecnologia, saúde, mineração e energia.

13. Pets
“Quanto mais conheço os homens, mais amo os animais.” Você tem lido bastante essa frase nas suas redes sociais? Não é por acaso, afinal, o apreço pelos bichinhos levou esse mercado a faturar R$ 18,9 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Não se trata de um ramo novo, mas é claramente um dos negócios em alta. E para quem deseja empreender, tem todo o tipo de produto ou serviço à sua escolha.

14. Cafés especiais
O brasileiro é o segundo maior consumidor de café do mundo, sendo responsável por 13% da demanda global e atrás apenas dos EUA, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria de Café (ABIC) publicados em 2019 no Sebrae.

Porém, a grande oportunidade para 2020 está nos cafés especiais, quem vêm crescendo em ritmo acelerado graças à seleção qualificada de grãos e produção certificada. O consumo atual de café premium no Brasil é de 70 mil toneladas e o crescimento é de 15% ao ano, enquanto o café tradicional segue a 3,5% ao ano.

Então, vale a pena mirar no público dos “coffee lovers” e investir em cafeterias, franquias ou mesmo produção independente.

15. Realidade virtual e realidade aumentada
A realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) são tecnologias em plena ascensão no mercado, da medicina à construção civil. Embora o principal uso ainda esteja concentrado no entretenimento, as perspectivas são muito mais amplas.

Um estudo de 2017 da Wordplay, publicado no Canal Tech, revela que 73% dos brasileiros têm interesse em fazer compras utilizando um dispositivo de realidade virtual. Já o levantamento do IDC, publicado em 2018 na Computer World, mostra que o mercado faturou US$ 27 bilhões no ano (92% a mais que em 2017).

A previsão do IDC é de que o setor de AR/VR atinja US$ 53 bilhões até 2022, impulsionada pelo varejo, manufatura e transporte. Ou seja: essa é a hora de investir em tecnologias que revolucionam a experiência de compra e a produção industrial.

 

Luisa Sanches

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