Às vésperas do prazo final para declaração, Capital Research revela impactos do Imposto de Renda nos investimentos e mostra como contorná-los
Casa de análises lançou relatório para advertir quem faz muitas trocas na carteira de olho na rentabilidade de momento
São Paulo, 18 de junho de 2020 – Aproveitando a proximidade do final do prazo estendido para a entrega das declarações do Imposto de Renda, em 30 de junho, a Capital Research, primeira casa de análises 100% gratuita do Brasil, publicou um relatório sobre o impacto dos tributos no retorno dos seus investimentos.
O material destaca que os investidores tendem a olhar só para o rendimento bruto de suas aplicações no dia a dia e podem acabar se surpreendendo com os descontos no momento da declaração do Imposto de Renda. Por isso, o analista-chefe, Samuel Torres, responsável pelo relatório, dá algumas dicas de como minimizar esse impacto. “Uma das coisas que deixa a conta do IR mais cara, por exemplo, é manter os investimentos na carteira por pouco tempo. Isso geralmente está ligado ao excesso de movimentações dos ativos (compras e vendas) em busca de uma rentabilidade maior, que pode acabar se perdendo com os efeitos tributários”, indica Torres.
O especialista comenta que para alocar em algum investimento, normalmente é necessário resgatar/vender outros – afinal, “o indivíduo comum não tem dinheiro infinito para investir” –, o que, na maioria dos casos, implica em uma alíquota maior de Imposto de Renda. Por conta disso, o relatório da Capital Research adverte para casos em que corretoras e assessores recomendam a troca de toda ou grande parte de uma carteira de investimento em um período curto, já que isso impacta nos rendimentos e no pagamento de impostos, que geralmente ficam fora da conta da rentabilidade apresentada.
O material esclarece que, no caso do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que incide sobre Títulos do Tesouro (Tesouro Direto), CDB, debêntures e fundos de investimento também é necessário ficar atento à alíquota ao longo do tempo, mas minimizá-lo é um pouco mais fácil. “Segundo a tabela do IOF, a alíquota do imposto é muito alta no começo (96%) e acaba corroendo quase todos os ganhos, porém, a partir do 30º dia, a alíquota vai a zero, de modo que, para escapar desse imposto, basta manter os investimentos sobre os quais incide IOF por pelo menos 30 dias”, explica Torres.
Já no caso do Imposto de Renda, além da alíquota regressiva ter um prazo bem maior e nunca chegar a zero, um fator que deve ser levado em consideração é o chamado “diferimento”, que, em outras palavras, significa deixar o pagamento do imposto para o final do período de investimento em vez de pagá-lo ano a ano.
“Esse fator é muito relevante na conta da sua rentabilidade, mas é algo muito pouco comentado ou levado em consideração nas recomendações de investimento que vemos por aí”, aponta Torres, que ressalta “e esse benefício se torna cada vez maior quanto maiores são o retorno e o prazo do investimento. Uma pessoa que investir R$ 10 mil e obtiver uma rentabilidade de 10% ao ano, com diferimento, terá R$ 999.322,00 após 50 anos, enquanto a que optou pelo modelo sem diferimento e pagou impostos todos os anos terá R$ 590.863,00 ao final do mesmo período.”
Declaração do IR
Para a declaração do Imposto de Renda deste ano, os especialistas da casa lembram que é necessário informar os saldos e rendimentos de aplicações financeiras próprios e de dependentes e que os saldos de cada tipo de investimento devem ser postos em locais específicos. “As aplicações financeiras devem ser informadas na ficha de Bens e Direitos, sob o código apropriado. Ações em carteira, cotas de fundos, títulos de renda fixa e contas poupança, por exemplo, são considerados bens, por isso é importante saber onde declará-los”, afirma Torres. Para ajudar o investidor nessa missão, a Capital Research também disponibilizou um tutorial que ensina como declarar cada tipo de investimento, passo a passo.