Como diminuir o colesterol? Especialistas explicam o que deve ser feito
A obesidade é um problema que vem crescendo no Brasil. Dados da pesquisa VIGITEL realizada pelo Ministério da Saúde em 2018 e divulgada recentemente apontam que, nos últimos treze anos, houve um aumento de 67,8% nesse quesito. O excesso de peso, por sua vez, pode elevar o colesterol e facilitar o desenvolvimento de várias doenças.
A obesidade pode contribuir para o aumento do colesterol “ruim” e o surgimento de outras complicações à saúde
“Os níveis elevados de colesterol podem causar sérios danos ao organismo. Em geral, as alterações provocadas pelo colesterol elevado são assintomáticas até surgirem danos que comprometem seriamente o funcionamento do organismo, sendo o principal deles a doença vascular arterial (IAM)”, aponta Nivaldo De Nunzio Losacco, cardiologista do CEJAM.
Para evitar problemas à saúde, a recomendação é ter uma alimentação balanceada, variada e sem excessos. “É importante consumir alimentos in natura e ter refeições ricas em vegetais, fibras e equilibradas em relação às gorduras, priorizando uma boa relação entre ômega-3 e ômega-6”, destaca Mariana Cerqueira Losacco, nutricionista do CEJAM.
A profissional ainda indica limitar e se atentar à ingestão de gorduras saturadas, principalmente ao consumir alimentos industrializados. “Também é recomendado evitar a ingestão de gordura aparente das carnes e de pele de aves, além de optar por leites desnatados, queijos e derivados com teores reduzidos de gordura”, alerta.
As fibras também são importantes. “Podemos classificá-las em insolúveis (farelos de cereais, trigo, centeio e arroz, por exemplo). Esse tipo apresenta maior efeito sobre o volume fecal. Também temos as fibras solúveis, que podem ser exemplificadas pelas pectinas de frutas e vegetais, B-glicanos da aveia e cevada, gomas e mucilagens”, diz Mariana.
Conforme a nutricionista explica, essas fibras apresentam efeitos metabólicos importantes, pois aumentam a excreção fecal de ácidos biliares e, como consequência, reduzem o colesterol total e LDL, conhecido como “colesterol ruim” do sangue. “Além disso, as fibras são responsáveis por estabilizar as concentrações de glicose e de insulina no organismo”, completa.
Além de fazer mudanças na alimentação , é fundamental manter o corpo em movimento para se manter o mais saudável possível. De acordo com o cardiologista, a prática de exercícios físicos é confirmada por diversas pesquisas, sendo o maior benefício o aumento do nível do HDL, que é o “colesterol bom”.
“A estimativa é que esse colesterol se eleve após cerca de 14 semanas da prática de esportes ou exercícios mistos (aeróbicos e anaeróbicos) que durem 60 minutos por vez, com periodicidade de quatro vezes por semana”, ressalta Losacco. Com isso, vale apostar em caminhada, corrida, natação, dança, musculação ou qualquer atividade que seja do seu interesse.
* Relação perigosa com o cigarro
O cardiologista destaca que o cigarro é um dos maiores agressores do endotélio, que é a parede de células que recobre os vasos sanguíneos. “Essa ação interfere na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico e faz com que as artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de gordura”, aponta.
O tabagismo ainda pode provocar uma interferência no mecanismo de contração e relaxamento, o que resulta em uma maior dificuldade para o sangue circular. “Além disso, pode estimular a produção de novas placas de gordura nas artérias e, com isso, piorar a aterosclerose, que é provocada justamente pelo acúmulo de gordura nas paredes desses vasos sanguíneos”, finaliza.
Pesquisas já apontaram que largar o cigarro ajuda a melhor os níveis de colesterol. Afinal, o ato de fumar reduz o “bom” e aumenta o “ruim”. Por isso, além de deixar essa hábito de lado, é importante seguir um estilo de vida saudável para viver bem, com a prática de atividades físicas e alimentação equilibrada.