Manifestação pacífica no Carrefour de Jundiaí pede o fim do racismo
Neste domingo (22), jundiaienses foram até o supermercado da rede Carrefour da cidade em uma manifestação pacífica. Os manifestantes foram acompanhados pela Polícia Militar e pediam o fim do racismo.
O Manifesto Antirracista foi até o supermercado protestar e mostrar indignação pelo assassinato de João Alberto Silveira Freitas. O homem negro foi espancado até a morte por dois seguranças brancos em uma das redes do Carrefour, em Porto Alegre, na quinta-feira (19).
De acordo com os manifestantes, a gerência do supermercado de Jundiaí fechou as portas enquanto o grupo esteve presente. Mas, antes do fechamento, o gerente da loja chegou a assinar uma Carta Aberta escrita pelos manifestantes.
Durante uma conversa entre dos grupos da cidade, a ação foi organizada entre a rede de amigos. Dessa forma, a ideia da carta aberta veio de B.A, um dos manifestantes e idealizadores da ação.
“Recebi diversos textos de diversas organizações do movimento social negro nacional, foi justamente a partir da leitura dos textos e conversas com diversas lideranças nacional, que a carta com as propostas foram se construindo”, conta.
Assim, B.A contou sobre a iniciativa, que foi acatada pelas entidades, movimentos e coletivos que se uniram para construir o texto e assinar a carta.
“Todas e todos entenderam que temos que continuar nesse dialogo com o supermercado francês, e que a Carta Aberta é esse mecanismo para o dialogo e as mudanças de postura, práticas, ações e construção de Políticas de combate e enfrentamento ao racismo e da promoção de igualdade racial dentro da Luta Antirracista que o supermercado francês terá que ter daqui pra frente .”
Carta Aberta
Na carta, os manifestantes mostraram repúdio pela atitude violenta dos seguranças do supermercado. Além disso, deixaram claro a indignação contra este e outros casos de violência e racismo envolvendo a empresa.
A carta reivindica e exige 13 tópicos de responsabilidade da empresa.
Entre eles, estão:
- A tipificação do crime cometido pelos seguranças como Crime de Ódio, Crime de Racismo, além do Crime Doloso, seguido de morte;
- Treinamento antirracista e contratação de funcionários negros de todas as empresas terceirizadas de segurança. Além disso, pedem que as empresas apresentem o certificado do treinamento;
- Que 30% dos cargos, de média e alta direção de todas as unidades do Carrefour, sejam ocupados por negros/as até o dia 21 de março de 2021, dia internacional de luta contra o racismo; e que tenham o mesmo salário que os funcionários brancos dos mesmos cargos;
- Que a família da vítima seja indenizada com justiça e compromisso, em um acordo, sem esperar o acionamento da justiça;
- Ainda, que a empresa invista 10% do lucro anual em Instituições de combate ao Racismo. Este tópico é seguido de uma lista de pessoas negras assassinadas no Brasil.
Confira aqui a carta aberta na íntegra e os movimentos e pessoas que a assinaram.
Tribuna de Jundiaí