Dólar atinge valor mais alto desde maio; Ibovespa despenca em dia de Copom
Nesta quarta-feira (28), permanece o clima de incerteza nos mercados globais antes das eleições presidenciais norte-americanas. A forte onda de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa também preocupa investidores, que temem novas medidas de restrição à circulação de pessoas e a consequente interrupção das frágeis recuperações econômicas.
Com isso, o dólar chegou a ser negociado em R$ 5,79, voltando ao patamar de preço negociado em maio deste ano – a máxima alcançada em 2020 foi de R$ 5,887. O Banco Central interveio com venda de US$ 1 bilhão em moeda à vista, o que arrefeceu a pressão. Às 12h04, a divisa subia 1,02% para R$ 5,74.
O Ibovespa também reflete o pessimismo global. O índice recuava 3,28% para 96.337 pontos.
Com preocupações sobre medidas de isolamento social, os papéis de companhias aéreas tinham as maiores quedas às 11h55. Azul (AZUL4) tinha desvalorização de 7,7% e a Gol (GOLL4) caía 6,94%.
O campo positivo do Ibovespa deixou de existir no pregão de hoje. Papel algum conseguia valorização diante do mau humor em todo o mundo. Nem mesmo as ações do Carrefour (CRFB3) operavam no campo positivo, mesmo após a empresa reportar números muito fortes no terceiro trimestre.
Por falar em resultados trimestrais, a quarta-feira tem agenda cheia de divulgações importantes. Bradesco (BBDC4), GPA (PCAR3) e Multiplan (MULT3) divulgam seus números, além de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) já no final do dia.
Está também no radar dos investidores a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de que o Banco Central (BC) mantenha a Selic na mínima histórica de 2%. As atenções agora se concentram em torno da avaliação sobre a inflação, uma vez que a alta dos preços vem ganhando força, com destaque para os alimentos.
Bolsas internacionais
Em Wall Street, o clima era de pessimismo, diante do avanço do coronavírus no mundo e das incertezas sobre a eleição presidencial que se aproxima. O Dow Jones caía 2,64%, enquanto o S&P 500 recuava 2,62% e o Nasdaq tinha queda de 1,86%.
As perdas na zona do euro também aceleraram, com o índice referencial STOXX 600 caindo ao menor nível desde o final de maio por temores de um novo lockdown na França e restrições mais rigorosas em outros países. O DAX caía 4,09%, FTSE recuava 2,92%, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 3,02%.
O mercado acionário da China fechou em alta pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira (28), com ganhos nas ações de consumo e saúde. O CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,81%, enquanto o índice de Xangai teve ganho de 0,46%.
CNN BRASIL