Bolsonaro se irrita com anúncio de acordo de Pazuello com Doria para comprar vacinas
O presidente Bolsonaro se irritou com o anúncio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de que o governo federal vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
O acordo do Butatan com a Sinovac, o laboratório chinês responsável pela vacina, prevê 46 milhões de doses. Dessas, segundo o instituto, 6 milhões virão prontas da China e 40 milhões serão finalizadas no Brasil. Não está claro a quais doses Bolsonaro se refere ao dizer que não comprará vacina da China.
A insatisfação de Bolsonaro foi manifestada em mensagem do presidente a ministros, por celular. Hoje, ministros do núcleo duro do governo ficaram de se reunir para decidir o que fazer.
Bolsonaro escreveu a ministros que “não compraremos vacina da China” e reforçou que seu governo não mantém diálogo com Doria sobre Covid-19. A mensagem foi divulgada inicialmente pelo site Poder360.
A avaliação de fontes da Esplanada é a de que Pazuello não tem “malícia política”, e deixou Doria – adversário de Bolsonaro – “capitalizar” o anúncio.
Auxiliares do presidente disseram ao blog que Bolsonaro se irritou porque, na visão dele, o anúncio de terça passou a imagem de que Pazuello estaria apostando e comprando antecipadamente a vacina de São Paulo – o que o governo não vai fazer.
Segundo auxiliares do presidente, Bolsonaro desautorizou Pazuello. Fontes do Planalto acreditam, porém, que o governo não vai recuar da compra, desde que duas condições sejam atendidas:
O governo tem reforçado o discurso de que a vacina não será obrigatória – mas já teme o desfecho do tema no STF, já que a Corte deve decidir sobre o assunto.