PF apreende dinheiro em espécie na casa de funcionário da Petrobras durante ação da Lava Jato no Rio
Uma grande quantidade de dinheiro em espécie foi apreendida, na manhã desta quarta-feira (7), na casa de um funcionário da Petrobras, alvo da 76ªfase da Lava Jato. Os quatro mandados da operação foram cumpridos no Rio de Janeiro.
Em outro local, os agentes apreenderam malas com mais dinheiro. Até o momento, não foi informado se a quantia pertence ou não ao funcionário da Petrobras que tinha valores em espécie em sua casa. A quantia ainda está sendo contabilizada pela Polícia Federal.
A ação foi batizada de Sem Limites III e investiga crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio de bunker, como é conhecido o produto escuro usado como combustível de navio.
A suspeita é que funcionários e ex-funcionários da estatal estejam envolvidos no esquema que movimentou cerca de R$ 45 milhões em propinas entre 2009 e 2018.
Ainda conforme o MPF, há várias provas de que os investigados promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor e que estas também pagavam vantagens indevidas.
Em nota, a Petrobras disse que colabora com as investigações da Lava Jato desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento e ser assistente de acusação em 71 ações penais relacionadas a atos investigados pela Lava Jato. “Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras”, diz a nota.
Como funcionava o esquema
De acordo com os delatores, funcionários da Petrobras que eram responsáveis pelas negociações de compra e venda de bunker e diesel marítimo recebiam vantagens indevidas para favorecer empresas de combustíveis. A compra era destinada ao abastecimento dos navios a serviço da Petrobras em portos estrangeiros.
As comissões eram geradas a partir da celebração das operações comerciais, e os executivos realizavam os pagamentos dos funcionários públicos com auxílio de um operador financeiro. Para isso, eles celebravam contratos fictícios para geração de recursos em espécie.
Um dos ex-funcionários da estatal, conforme as investigações, foi o responsável pelas negociações de combustíveis marítimos que abasteciam no porto de Singapura.
G1