•  segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Mais de 60% dos americanos apoiam emenda para substituir Colégio eleitoral pelo voto popular

O desejo de mudar o sistema para a escolha do presidente aumentou entre os americanos: 61% apoiam uma emenda da Constituição para substituir o Colégio Eleitoral pelo voto popular, segundo uma pesquisa do Gallup — 12 pontos acima da sondagem feita em 2016.

Entre os democratas, o interesse pela alteração do sistema de votação é ainda maior: 89%, o maior já registrado nas sete vezes que o instituto de pesquisa realizou a enquete. Os entrevistados republicanos, por sua vez, deram o menor aval à mudança para o sistema de voto popular — 23%.

A constatação faz sentido. Das cinco vezes que um candidato chegou à Casa Branca perdendo no voto popular, duas ocorreram nos últimos 20 anos, com as eleições de George W. Bush e Donald Trump. Antes deles, apenas John Quincy Adams, em 1824, Rutherford B. Hayes, em 1876, e Benjamin Harrison, em 1888, haviam conquistado a Presidência sem o voto popular.

O atual presidente perdeu para Hillary Clinton por cerca de três milhões de votos, mas faturou o Colégio Eleitoral, com 290 votos, vencendo em 29 estados. O desempenho lhe rende até hoje o rótulo de presidente impopular.

Em 2016, após a eleição de Trump, os entrevistados estavam divididos sobre a intenção de mudar o sistema eleitoral: 49% apoiaram a emenda à Constituição e 47% se manifestaram contrários a ela.

Pela Constituição americana, cada estado tem direito a determinado número de delegados no Colégio Eleitoral, representando proporcionalmente a população do país. À exceção de Maine e Nebraska, o candidato que obtém maior número de votos, ainda que a diferença seja por uma margem ínfima, leva todos os delegados do estado.

 

Para assegurar a eleição o vitorioso precisa, portanto, conquistar 270 dos 538 votos do colégio. Daí a importância dos estados que não têm uma tendência definida — os chamados swing states — assumem a cada eleição, mais até do que a preferência popular.

O sistema pode parecer injusto e retrógrado para quem, como nós, elege presidente e representantes do Congresso pelo voto direto. Alterá-lo, contudo, é complexo e exige o apoio de dois terços da Câmara dos Representantes e do Senado e de três quartos dos 50 estados. A realidade polarizada dos EUA inviabiliza qualquer tentativa de que a emenda passe, apesar do apoio popular.

G1
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