‘Flexibilização não é normalização’, alerta infectologista sobre aglomerações
O domingo (30) de praias e parques lotados em cidades que flexibilizaram as regras de lazer acende o sinal de alerta para o risco de um aumento nos casos de Covid-19 no Brasil.
O chefe de infectologista da Unesp e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime, acredita que a população está confusa quanto ao momento da pandemia.
“Está existindo uma grande confusão por parte da população do que significa flexibilização e normalização. Não vivemos, infelizmente, no Brasil, um período em que se permita voltar ao estado normal das coisas: aglomerar, ficar junto, confraternizar”, analisa.
“Se a praia fosse utilizada por núcleos que moram no mesmo domicílio, não teria problema, mas o que vemos é uma grande aglomeração de pessoas que não têm contato direto e acabam podendo ser transmissores do vírus”, continua.
“Flexibilização não é normalização. A flexibilização propõe uma adaptação a um novo normal: usar máscara, manter distanciamento e higienização das mãos. O vírus ainda circula com bastante força, temos que aprender a conviver com ele até que chegue uma vacina efetiva. O ar livre não impede a transmissão por gotículas”, ressalta Naime.
As pessoas deixaram de se preocupar com a contaminação? “Esse fenômeno é conhecido como perda de percepção de risco. As pessoas se acostumaram com isso. A banalização da tragédia é comum no Brasil. Na Covid-19 isso é muito perigoso, porque o número de óbitos pode aumentar de forma trágica”, alerta o infectologista.
CNN Brasil