•  quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

Pandemia acelera colaboração entre universidades e indústria

Pesquisas urgentes evidenciam potencial de soluções tecnológicas e econômicas surgidas da interação entre entidades

Num momento de extrema urgência por equipamentos de suporte médico e novos remédios, a ainda incipiente relação entre indústria e universidade no Brasil recebeu um aporte considerável. Alguns dos benefícios dessa aproximação incluem o acesso a novas tecnologias e pesquisas, a capacitação continuada dos profissionais e uma maior abertura ao mercado global de forma competitiva.

Em meio à crise da covid-19, houve uma maior necessidade de colaboração. Um exemplo do Paraná é o projeto Vent-U2, um ventilador pulmonar para terapia respiratória no modo de pressão controlada, que foi criado com peças disponíveis no Brasil. Participante do projeto da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que integra várias instituições, o professor de Engenharia Elétrica do Instituto Federal do Paraná (IFPR-Campus Campo Largo) Marcos Hara conta que o objetivo era desenvolver um modelo a partir de componentes facilmente encontrados no país, de forma a depender o mínimo possível de importação, visto que o mercado global ficou mais restrito durante a pandemia.

Por meio da interação entre várias instituições e disciplinas, os profissionais conseguiram enxergar soluções de forma mais rápida do que o normal. A participação de indústrias da região também trouxe o aporte tecnológico e financeiro necessário, como é o caso da GEMÜ Válvulas e Sistemas de Medição e Controle, que contribuiu com informação, serviços e materiais.

“No mundo todo vimos esforços de indústrias auxiliando na engenharia biomédica, e ficamos muito satisfeitos em fazer parte desse projeto”, conta o gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ, Mateus Souza. O equipamento desenvolvido e doado pela empresa é um bloco manifold, que concentra válvulas de admissão de gases para o paciente.

O Vent-U2 está atualmente na fase de testes em laboratório e, em breve, serão iniciados os testes com animais. “Esperamos que exemplos como esse tragam uma interação mais ativa entre as instituições, com maior diálogo entre a indústria e o setor de ensino e pesquisa, pois o Brasil enfrenta essa deficiência histórica”, deseja Hara.

 

Ler Anterior

Taumatina, proteína vegetal adoça até 3 mil vezes mais do que o açúcar

Ler Próxima

Frente fria mais forte do ano pede sopa para esquentar