•  segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Agricultura de SP apoia empresa na compostagem acelerada de resíduos orgânicos

Fornecer um novo destino para sobras de comida de restaurantes industriais, resíduos sólidos de suinocultura e lodo de esgoto é o objetivo da empresa 5 Ecos, que desenvolveu uma máquina para realizar compostagem no período de 24 a 36 horas. A empresa, localizada em Nova Odessa, no interior de São Paulo, recebeu recursos do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), e contou com auxílio de pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, para traçar novos caminhos à melhoria do processo e automação do equipamento.

Segundo Mariana Helena Pereira, responsável pela 5 Ecos, a empresa desenvolveu um equipamento inédito, com tecnologia totalmente nacional, capaz de reciclar o lixo orgânico de forma acelerada. Com ele é possível transformar o resíduo de restaurantes industriais, produção agropecuária e lodo de esgoto, obtido a partir do esgoto urbano, em um composto orgânico que pode ser usado como fertilizante na produção de alimentos.

A reciclagem, ou processo de decomposição, é feita sem odor, sem chorume, sem poluição e reduz o volume do lixo em até 90%, além de reduzir área de pátio destinada a compostagem e logística de revolvimento do composto. O processo de compostagem em pilhas demora 60 dias para a decomposição dos materiais orgânicos e mais 60 dias para a estabilização do composto orgânico.

Análises

No mercado há cinco anos, a empresa procurou pelos pesquisadores da Apta em 2018 para melhorar o processo, principalmente de utilização desse composto na agricultura. “Percebemos que o uso do composto não estava sendo empregado com sucesso na agricultura, por isso, procuramos a Apta para saber o motivo. As plantas ficavam amarelas e não se desenvolviam”, conta Mariana Helena Pereira.

A partir de análises laboratoriais, os pesquisadores da Apta descobriram que o motivo estava na quantidade desbalanceada de carbono e nitrogênio, além do excesso de sódio, que causava salinização do solo, dificultando a absorção de água pelas plantas.

“Propusemos diversos ajustes para a total automatização do equipamento e para melhorias no processo de compostagem, para adequação do composto final às normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [MAPA] para registro e comercialização de fertilizantes e compostos orgânicos”, explica Edna Bertoncini, pesquisadora da APTA.

A empresa, juntamente com o grupo de pesquisa da Apta, trabalha agora para submeter um novo projeto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para obter financiamento na segunda etapa do Pipe, visando à construção de modelo piloto da máquina, com todas as modificações observadas na primeira fase do projeto, levando em consideração o equipamento e sua automação,  o processo de compostagem para entregar ao mercado um produto de qualidade e eficiente, auxiliando a reduzir os resíduos orgânicos que vão para aterros sanitários, e reutilizando-os de forma sustentável em solos agrícolas.

Apoio

O programa Pipe-Fapesp apoia a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no estado, com o objetivo de apoiar a pesquisa em ciência e tecnologia como instrumento para promover a inovação tecnológica, o desenvolvimento empresarial e aumentar a competitividade das pequenas empresas.

A iniciativa também busca incrementar a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento econômico e social, induzir o aumento do investimento privado em pesquisa tecnológica, possibilitar que as empresas se associem a pesquisadores do ambiente acadêmico em projetos que visem à inovação tecnológica, além de contribuir para a formação e o desenvolvimento de núcleos de desenvolvimento tecnológico nas empresas e para o emprego de pesquisadores no mercado.

“A parceria das empresas, Fapesp e instituições de pesquisa é de total importância. Como uma pequena empresa como a 5 Ecos teria recursos para contratar um pesquisador com a experiência e renome dos especialistas da Apta ou como teria dinheiro para pagar por um serviço tão especializado como esse? Essa é, com certeza, uma fórmula de sucesso e foi de fundamental importância para o desenvolvimento da nossa empresa. Sou uma garota propaganda dessa iniciativa”, afirma Mariana Helena Pereira.

Ler Anterior

Revitalização do Ginásio de Esportes Antônio Carlos Tramassi segue em andamento em Cajamar

Ler Próxima

Reeducandas criam informativo para divulgar ações de combate à COVID-19