Covid-19: comunidades indígenas recebem reforço no atendimento médico
Após cinco dias de atendimentos nas aldeias Yanomami e Raposa Serra do Sol, a missão de reforço no combate à covid-19 em populações indígenas do estado de Roraima chegou ao fim. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pela Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai), equipes do Ministério da Saúde, do Ministério da Defesa e da Fundação Nacional do Índio (Funai) levaram atendimento médico e insumos às comunidades das áreas de fronteira do país.
No total, foram realizados 3.858 atendimentos médicos entre a população indígena nas especialidades de pediatria, ginecologia, clínica geral e infectologia. Durante a ação, 253 serviços foram prestados nas aldeias Yanomami e 1.548 na terra indígena Raposa Terra do Sol. Também foram entregues cerca de 4 mil toneladas de insumos, entre equipamentso de proteção individual (epis), testes para covid-19, álcool 70%, e medicamentos. As comunidades atendidas foram Auaris, Waikás, Surucucu, Maturuca, Ticoça e Flexal que, juntas, possuem mais de 9,5 mil indígenas atendidos pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami e Leste de Roraima.
“O objetivo desta ação foi reforçar o atendimento de saúde que já vem sendo prestado pela Sesai junto às comunidades indígenas durante a pandemia. Nós levamos medicamentos para reforçar o estoque dos DSEIs e equipamentos de proteção individual para manter os profissionais de saúde e a população indígena protegidos da circulação do vírus”, destacou o secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva. Essa é a quinta missão interministerial para levar atendimento médico e reforçar o enfrentamento à covid-19 entre a população indígena.
Atendimentos
Ao todo, 21 profissionais de saúde das Forças Armadas reforçaram o atendimento aos indígenas da região, trabalhando em parceria com as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde.
Atualmente, a região conta com 1.762 profissionais de saúde da SESAI realizando o atendimento de Atenção Primária aos indígenas nas aldeias. São agentes de saúde e saneamento, agentes de combate a endemias, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, entre os profissionais da área.Como medida de segurança para os povos indígenas, toda a equipe realizou o teste para covid-19. O embarque só foi permitido com o resultado negativo para a doença.
Outras ações
O Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades vão fortalecer os serviços de atenção primária à saúde indígena no atendimento desta população proporcionando o acolhimento dos casos suspeitos de síndrome gripal e identificação precoce de casos de covid-19.
Além disso, já foram instaladas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e Macapá (AP), Vale do Javari, Pará (Belém, Marabá, Santarém), Mato Grosso (Colíder, Cuiabá, Araguaia, Sinop, Barra do Garças), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Roraima (Boa Vista). Também foi elaborado um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso.
(Agência Brasil)