•  segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Imagens de indígenas ameaçados da Amazônia vencem prêmio de fotografia da Sony 

Uruguaio Pablo Albarenga ganhou o prêmio principal do Sony World Photography 2020; vencedores foram anunciados na segunda-feira.

O fotógrafo uruguaio Pablo Albarenga ganhou o prêmio principal da edição deste ano do Sony World Photography por retratar comunidades indígenas sob risco na Amazônia.

Os vencedores da categoria profissional da premiação foram anunciados nesta segunda-feira (9 de junho).

Albarenga, especializado em fotografia documental, foi nomeado ‘Fotógrafo do Ano’ por sua série Seeds of Resistance (Sementes da Resistência), que destaca a situação das comunidades indígenas da América Latina, que lutam para preservar seus territórios do agronegócio e do desmatamento.

O trabalho de Albarenga combina imagens aéreas de alguns locais em perigo com retratos de ativistas que lutam para salvá-los.

O projeto retrata as pessoas e suas terras – áreas sagradas onde estão enterradas gerações de seus ancestrais.

Fotografados de cima, os personagens principais são mostrados como se estivessem dando suas vidas por seu território.

Os vencedores das categorias ‘Aberta’, ‘Estudante’ e ‘Juventude’ também foram anunciados juntamente com os vencedores gerais em cada uma das categorias profissionais.

A categoria ‘Aberta’ celebra o poder das imagens individuais e o vencedor deste ano é Tom Oldham por seu retrato de Black Francis, líder da banda de rock Pixies, originalmente registrado para a revista MOJO.

Ioanna Skellaraki, representando o Royal College of Art, venceu o prêmio máximo na categoria Estudante por sua série Aeiforia, que aborda a questão da sustentabilidade através de uma série de fotografias noturnas de painéis solares, turbinas eólicas e fazendas de baterias na ilha de Tilos, na Grécia.

O prêmio de Fotógrafo de Juventude do Ano foi para Hsien-Pang Hsieh, de 19 anos, de Taiwan por sua imagem intitulada Hurry (Pressa), com um artista de rua que parece estar andando rápido, mas na verdade está parado.

Sandra Herber foi a vencedora na categoria ‘Arquitetura’ por sua série Ice Fishing Huts, Lake Winnipeg (Cabanas de pesca no gelo, Lago Winnipeg).

“Essas cabanas, barracos ou permies (como são chamadas em Manitoba) devem ser móveis, proteger seus ocupantes das condições atmosféricas e permitir o acesso ao gelo abaixo delas para a pesca.”

O vencedor da categoria ‘Documentário’ foi Chung Ming Ho, que se concentrou nos manifestantes em sua série Wounds of Hong Kong (Feridas de Hong Kong).

“Relatos indicam que, desde o início das manifestações, os casos de depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) aumentaram entre a população.”

O primeiro lugar na categoria ‘Meio Ambiente’ foi para Robin Hinsch por sua série Wahala, que analisa os efeitos da indústria do petróleo nas comunidades e no ecossistema do Delta do Níger.

“Cobrindo 70 mil km² de pântanos, o Delta do Níger foi formado principalmente pela deposição de sedimentos. A região abriga mais de 30 milhões de pessoas e 40 grupos étnicos diferentes, representando 7,5% do total de terras da Nigéria. Costumava exibir um ecossistema incrivelmente rico, contendo uma das mais altas concentrações de biodiversidade do planeta, antes da chegada da indústria do petróleo.”

Ronny Behnert venceu a categoria ‘Paisagem’ com uma série intitulada Torii – portões japoneses tradicionais comumente encontrados na entrada dos santuários xintoístas.

“Na maioria das vezes, uso filtros de densidade neutra para forçar exposições longas e manter meu trabalho minimalista em estilo. Algumas de minhas exposições duram cinco minutos ou mais, o que faz desaparecer qualquer elemento de distração na água ou no céu – quanto maior a exposição, mais nítida é a fotografia.”

Pangolins in Crisis (Pangolins em Crise) por Brent Stirton arrebatou o prêmio na categoria ‘Mundo Natural e Vida Selvagem’.

“Os pangolins são os mamíferos mais traficados do mundo. Nos últimos dez anos, estima-se que 1 milhão foram levados ilegalmente para a Ásia. Meu trabalho lança luz sobre esse comércio, enquanto explora aspectos da ilegalidade e celebra as pessoas que estão tentando salvar esses animais.”

O vencedor da categoria ‘Retrato’, Cesar Dezfuli, fotografou pessoas resgatadas de um bote inflável à deriva no Mar Mediterrâneo para a série Passengers (Passageiros).

“O barco partiu algumas horas antes da Líbia. Na tentativa de dar um rosto humano a esse evento, fotografei os passageiros minutos após o resgate. Os rostos, a aparência e as marcas em seus corpos refletiam o humor e o estado físico. eles estavam em uma jornada que já havia marcado suas vidas para sempre.”

Os lutadores senegaleses deram a Angel Lopez Soto o prêmio principal na categoria ‘Esporte’.

“As lutas são conhecidas por atrair um público de cerca de 50 mil pessoas em um estádio. Para muitos, faz parte da vida, tradição e cultura africanas, na qual há uma mistura de crenças animistas e muçulmanas”.

O vencedor da categoria ‘Natureza Morta’ foi Alessandro Gandolfi com sua série Immortality Inc. (Imortalidade Inc.).

“O homem pode realmente se tornar imortal? Poucos realmente acreditam nisso, e, portanto, a pesquisa se concentrou na conservação de criogenia, hibridização homem-máquina e downloads de mentes”, diz Gandolfi.

Todas as fotografias são cortesia do Sony World Photography Awards 2020.

 

 

(UOL)

Ler Anterior

OCDE prevê queda de 7,4% no PIB do Brasil este ano e recuperação parcial em 2021

Ler Próxima

PF deflagra operação para apurar fraudes em auxílio emergencial