Jundiaí celebra desenvolvimento com biodiversidade e respeito ao Meio Ambiente
O município de Jundiaí, com uma área total de 432 quilômetros quadrados, sendo 112 deles formados pela zona urbana, celebra na Semana do Meio Ambiente sua “receita de sucesso” do ponto de vista ambiental: o desenvolvimento sustentável aliado à biodiversidade, políticas públicas consolidadas e respeito à natureza.
A arborização de ruas e avenidas da cidade é um dos elementos vegetais dos ecossistemas urbanos que unem áreas verdes, espaços de convivência e remanescentes florestais, colaborando com a conectividade entre eles e favorecendo a manutenção da diversidade da flora e da fauna urbana. Jundiaí ainda tem a Serra do Japi, raro remanescente de Mata Atlântica no interior de São Paulo.
Para Thiago Pinto Pires, engenheiro florestal do Jardim Botânico de Jundiaí, o município preza pelo desenvolvimento, não só pensando em crescimento. “Precisamos nos desenvolver sem afetar a natureza, valorizando ainda a água e a vegetação abundante. O ser humano que vive nas cidades tem que reconhecer a natureza como provedora de recursos aos seres vivos e o mais importante: preservá-la sempre”, destacou Thiago.
Uma das atrações turísticas mais visitadas de Jundiaí, o Jardim Botânico (inaugurado em 2004) possui uma área protegida para conservação de flora nativa. É como um museu natural, com acervo formado por plantas de mata atlântica e cerrado, os dois biomas do município. “O Jardim Botânico ainda reúne coleções de espécies amazônicas e aromáticas. No local, se realiza um importante trabalho de educação ambiental para crianças, jovens, adultos e idosos. De 40 mil a 50 mil pessoas visitam o Botânico todos os meses”, emendou o engenheiro florestal.
Entre as espécies da flora do Jardim Botânico, estão: jequitibá-rosa, cedro e palmito-juçara. Todas são de mata atlântica e chamam a atenção por sua exuberância. A fauna do local tem teiús (lagartos), cobras e lebres, entre outras.
A superintendente da Fundação Serra do Japi, Vania Plaza Nunes, destacou a importância de espécies da fauna da cidade, como o pombo, gavião, morcego e mais recentemente a maritaca (pássaro). “O morcego, por exemplo, exerce um papel relevante no controle de insetos e na polinização das árvores com flores feita à noite. Em um ambiente urbano equilibrado, como é o de Jundiaí, a fauna é rica. A cidade que não tem esta diversidade terá problemas e questionamentos por parte de seus habitantes quanto a este desequilíbrio”, contou Vania.
Segundo ela, a riqueza das interações entre espécies verificadas na Serra do Japi impacta diretamente na biodiversidade urbana de Jundiaí. “Para serem melhores a seus moradores, as cidades precisam de novos modelos de crescimento, que consigam equacionar a pressão imobiliária sofrida pelos governantes e garantam o cumprimento da lei ambiental, além da aprovação de legislação que valorize o desenvolvimento com sustentabilidade”, completou a superintendente da Fundação.
O prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, também destacou a importância da Serra do Japi para a cidade. “O maior patrimônio ambiental da nossa Região foi considerado ‘Reserva da Biosfera da Mata Atlântica’ pela Unesco. A Serra do Japi está em uma região densamente ocupada, representando uma das últimas grandes áreas de floresta contínua do estado de São Paulo, sendo o testemunho de uma flora e fauna exuberantes que existiam em grande parte na região sudeste do Brasil”, revelou o prefeito.
Mais espécies
A rica fauna silvestre de Jundiaí é composta por jundiás (bagres encontrados no Córrego do Mato, na Av. 9 de Julho, e que inspiraram o nome de Jundiaí), saguis, biguás (pássaros), capivaras (nos córregos Guapeva e das Valquírias e Rio Jundiaí), garças, lambaris, gaviões-carcarás, sapos pingos de ouro, corujas e socós-pretos (pássaros também conhecidos por tapicurus, que costumam habitar o Córrego do Mato e o Rio Jundiaí). Nas matas, há onças pardas, cachorros do mato, jaguatiricas e gatos do mato, entre outras espécies.
A flora do município tem ipês, araucárias, pitangueiras, fícus etc. Quanto aos ipês, uma curiosidade: a região da Vila Alvorada sempre teve muitos ipês plantados e isso acabou inspirando a escolha do nome do cemitério da região, o Cemitério dos Ipês.
“Temos que aprender a conviver com os animais em nosso ambiente urbano. Bichos e plantas têm grande importância para uma vida com qualidade nas cidades, daí a necessidade de preservá-los”, finalizou Wagner de Paiva, diretor da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA).