Dados da Fiocruz apontam retomada no aumento de casos de síndrome respiratória no Brasil
O sistema Infogripe, que monitora os casos e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil (SRAG), aponta em um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (28) uma retomada da tendência de crescimento em diferentes regiões do Brasil.
De acordo com o estudo, assinado por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a propensão de alta é considerada muito elevada e está relacionada ao percentual de detecção da Covid-19 no Brasil por teste laboratorial. Os pesquisadores dizem que os números sugerem a necessidade de uma manutenção do isolamento social no país.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é causada por infecções de vírus ou bactérias, como o Influenza, da gripe, e o novo Sars CoV-2, da pandemia deste ano no planeta. Os pacientes são internados com problemas respiratórios e sintomas similares, como febre, tosse e dificuldade para respirar.
Muitos pacientes são recebidos nos hospitais com a SRAG no Brasil. Os profissionais de saúde precisam fazer testes para tentar descobrir qual é o tipo de micro-organismo causador da síndrome. No Brasil, os especialistas e os dados do Infogripe apontam uma subnotificação dos casos de Covid-19: infecções e mortes que não foram identificadas por falta de testes e registradas pelos órgãos de saúde apenas como SRAG.
Dados do Brasil em 2020 até agora:
- Total de casos de SRAG: 96.411 casos
- Total de mortes de SRAG: 17.774 mortes
- Total de casos de SRAG por Influenza (gripe): 1.418
- Total de mortes de SRAG por Influenza: 138
- Total de casos de SRAG por Covid-19 (Sars CoV-2): 32.235
- Total de mortes de SRAG por Covid-19: 9.848
A análise da Fiocruz desta quinta-feira mostra que há uma carga excessiva na rede hospitalar em vários estados do país, alguns com capacidade máxima ou próxima da máxima. Marcelo Gomes, coordenador do projeto Infogripe, explica que os dados contabilizados entre 17 e 23 de maio mostram uma tendência dos casos notificados de SRAG e que isso está relacionado às hospitalizações em cada região do país.
As regiões Centro-Oeste e Sul mantêm uma tendência de crescimento acelerado nos casos da síndrome, enquanto a região Sudeste tem uma taxa mais lenta, um possível sinal de desaceleração. Em análise de Gomes, ele diz que o Nordeste continua em crescimento, mas em um ritmo desacelerado.
(Fonte: G1)