•  domingo, 24 de novembro de 2024

Número de desempregados nos EUA fica abaixo do esperado, mas dados ainda causam preocupação

Por Ernani Reis, analista da Capital Research

Na manhã desta quinta-feira (7), o departamento do trabalho norte-americano divulgou o número dos pedidos iniciais de seguro-desemprego referente à última semana do mês de abril. Como esperado, os dados permaneceram acima da média do período, registrando 3.169 milhões ante a projeção de três milhões. No comparativo anual, em 2019 foram registrados 230 mil pedidos do benefício no período.

Apesar de os números ultrapassarem os 30 milhões de desempregados, esta foi a primeira vez em que os pedidos iniciais ficaram abaixo da sequência de altas iniciada na última semana de março, quando a economia americana foi atingida pela pandemia. Na época, foram registrados 3.283 milhões de pedidos. Após o pico registrado na primeira semana de abril, os dados divulgados ontem completam seis semanas seguidas de queda do indicador.

O processo de demissão nos Estados Unidos foi rápido, possivelmente na intenção de preservar o caixa das pequenas e médias empresas ou até mesmo antecipar o fechamento dos negócios que já enfrentaram alguma restrição financeira. O modelo de contratação também é diferente e favorece ao trabalhador após a sua dispensa, diferente do modelo europeu que estimula a empresa e protege os trabalhadores por leis mais duras.

Outro indicador que colabora para o entendimento que a economia americana pode estar próxima de se estabilizar é a geração de novos postos de trabalho (payroll) divulgados na manhã desta sexta-feira (8) pela agência de estatística dos EUA. No mês de abril foram cortados 20,5 milhões postos de trabalho. O número, apesar de alarmante, está dentro do esperado para o período, ficando abaixo da projeção inicial de 22 milhões. Outro dado que segue o mesmo caminho é a taxa de desemprego, que disparou 14,7% no mês de abril, mas permaneceu abaixo da projeção dos 16% para o período.

Não são números a serem comemorados, mas são o suficiente para demonstrar algum arrefecimento da crise. No início desta manhã, o S&P 500, índice que representa as 500 maiores empresas norte-americanas, sustentava a alta de 1,01%, que vem sendo mantida – sinal de que os dados já estavam precificados pelo mercado.

É importante observar que o mesmo deve acontecer aqui no Brasil. Já é consenso que os dados do desemprego no País tendem a aumentar significativamente a partir de abril. Sendo assim, o momento precisa ser encarado com muita atenção pelas autoridades, que necessitam começar a tratar a crise com a seriedade que ela demanda.

 

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