Sindicato diz que há risco de falta de itens de proteção em cemitérios
Os trabalhadores dos cemitérios da capital paulista reclamam da possibilidade de falta de equipamentos de proteção contra o novo coronavírus.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo (Sindsep), dos 48 enterros realizados ontem (13) no Cemitério da Vila Formosa, o maior da capital, localizado na zona leste, 25 foram de casos confirmados ou suspeitos de coronavírus. Nessas situações, além dos equipamentos usados rotineiramente, os trabalhadores devem usar óculos de proteção e um macacão descartável. É justamente esse último item que, segundo os servidores, está em risco de acabar.
“No fim de semana bateu um alerta geral de que os macacões estavam acabando. O Serviço Funerário começou a recolher os macacões que tinham em alguns cemitérios para levar para o Vila Formosa e para outros dois cemitérios da zona leste e da zona sul”, ressalta o secretário de imprensa do Sindsep, João Batista Gomes.
Servidores terceirizados
Além do aumento do número de enterros de casos suspeitos de covid-19, Gomes diz que os funcionários da empresa terceirizada contratada emergencialmente pela prefeitura começaram a trabalhar sem os equipamentos necessários. Com isso, em solidariedade, os servidores municipais dividiram o material para garantir a segurança dos colegas.
Em março, a administração municipal afastou 60% dos 257 sepultadores do quadro do Serviço Funerário por fazerem parte do grupo de risco para coronavírus. Para compensar a redução, uma empresa privada começou a prestar o serviço com 220 funcionários.
Prefeitura garante equipamentos
A prefeitura de São Paulo informou que foram compradas mais 3 mil unidades dos macacões de proteção e 840 mil máscaras triplas, além de 6 mil litros de álcool em gel. “Garantindo o abastecimento do material aos profissionais dos cemitérios da capital”, enfatiza, em nota, a administração municipal.
O comunicado enfatiza ainda que é de responsabilidade da empresa terceirizada fornecer os equipamentos para os trabalhadores que não fazem parte do quadro efetivo da prefeitura. “Vale destacar que os materiais são disponibilizados para os funcionários efetivos, já que a contratação temporária de coveiros inclui, em contrato, o fornecimento de EPIs [equipamentos de proteção individual] para esses profissionais”, acrescenta a nota.
(Agência Brasil)