•  quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Na quarentena, idosos convivem e se exercitam por WhatsApp em Cabreúva

O próprio nome do Projeto Convivência já mostra qual é o seu principal objetivo: reunir as pessoas. Mas em tempos de isolamento social, como manter os encontros entre os idosos, principal grupo de risco de infecção por coronavírus?

 

Até então, eles se reuniam em duas turmas: a Oficina da Memória (idosos que se reuniam toda quinta no CRAS para jogar dama, dominó, xadrez, truco, buraco, tênis…) e o Voleibol Adaptado, que acontece em parceria com a Secretaria de Esportes duas vezes por semana para os treinos com a professora Katyane Moreira dos Santos

 

Para se proteger do corona, a saída foi conviver pelo WhatsApp. Rute Vale, coordenadora do Projeto Convivência dos idosos, e que também já passou dos 60 e está em isolamento, conta que sentiu na pele a saudade da convivência e a necessidade de se manter ativa. “Foi aí que pensei que eu precisava fazer algo por essas pessoas, que tem 70, 80 anos e que precisam estar passando por tudo isso!”, comentou.

 

Ela diz que o pessoal ficou muito triste com a suspensão dos encontros presenciais: “A gente sabe que esses grupos são muito unidos e que têm realmente a necessidade de estar juntos e que dali surgiram muitas amizades, eles vão na casa um do outro, eles passeiam juntos… Então, separá-los é muito difícil!”, confessa.

 

Foi aí que Rute começou a movimentar os grupos de WhatsApp já existentes com perguntas sobre conhecimentos gerais, para estimular a curiosidade e a memória dos idosos, e vídeos de exercícios, para motivar a atividade física e o auto-cuidado.

 

Inicialmente, Rute divulgava vídeos produzidos pelo responsável técnico do Centro de Convivência Renascer da cidade de Salto, que autorizou a divulgação de seu trabalho. Devido aos bons resultados obtidos, a professora de educação física e instrutora do voleibol adaptado Katyane também passou a elaborar vídeos com exercícios adaptados à faixa etária do grupo, que vai de 44 a 87 anos.

 

“Estou passando alongamentos e exercícios, mudando os movimentos propostos a cada semana e fazendo adaptações com coisas que eles tem em casa. O objetivo é que eles se movimentem, respeitando suas limitações”, disse Katyane.

 

Tanto Katyane quanto Rute motivam os participantes a executar as atividades e interagirem no grupo. Rute conta, ainda, que liga com frequência para os idosos que não tem WhatsApp, para que não se sintam sozinhos.

 

Terezinha de Jesus Catarin Ferreira, de 69 anos, conta que tem feito os exercícios enviados no grupo e que tem se sentido muito bem com o incentivo recebido. “Os exercícios fazem toda a diferença na nossa vida e na nossa saúde, física e mental. E só tenho a agradecer! Eles incentivam a gente com carinho, para que a gente fique em casa, sim, mas não parados. Tem sido maravilhoso! O CRAS, pra mim, faz toda a diferença e o grupo de amigos é maravilhoso!”, disse.

 

Dona Nair Lindo, de 70 anos, também tem participado: faz atividades como caminhada no corredor de casa, para não ficar parada. “Eu pensava que a quarentena ia ser pior, a gente está acostumado a sair, a fazer as atividades. Os primeiros dias forma difíceis, mas agora com os exercícios e as conversas pelo WhatsApp, tá bem melhor. Estou passando bem, minha pressão está boa, estou fazendo os exercícios direitinho. A Rute é muito atenciosa, não descuida da gente nenhum dia, estou tendo um apoio muito bom”, garante.

 

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