O que significa ser mulher nos dias de hoje?
Estamos mesmo vivendo uma realidade de maior segurança e liberdade? Ou ainda há um longo caminho a seguir? Segundo a fisioterapeuta Frésia Sa, especialista em Saúde Integrativa, saímos de uma condição de menor valor para a busca constante do empoderamento. Mas ela questiona: será que é o bastante? O que significa ser mulher nos dias de hoje?
Fonte: Biointegral Saúde
“Uma coisa é certa: nunca antes as mulheres buscaram tanto por saúde emocional quanto nos dias atuais. Nós, como facilitadores da Saúde Integrativa, acreditamos que esse movimento é extremamente positivo e cuidamos de incentivar cada vez mais essa procura, esse caminho de autoconhecimento e saúde integral”. A afirmação é da fisioterapeuta Frésia Sa, que se especializou em Saúde Integrativa e usa várias técnicas para tratar dores e doenças crônicas e promover um dia a dia mais saudável e condizente com os objetivos de vida de seus pacientes.
Segundo Frésia, se a situação está melhor hoje, ainda vemos o universo feminino entre dois pontos, o de aceitação da vulnerabilidade que ainda nos ronda, e a afirmação da potência feminina, da capacidade de escolha: “as mulheres sempre foram fortes, mas é certo que hoje é preciso ainda mais posicionamento para manter conquistas e seguir ampliando espaços”.
“Para nós, ser mulher, nos dias de hoje, é estar em constante evolução. É entender que a necessidade de compartilhamento de ideias, da criação de redes de apoio e da compreensão das próprias vontades nunca foi tão importante. Prestar atenção em si e em outras mulheres é uma questão de empoderamento, também. A sororidade, tão falada e tão almejada em vários âmbitos, ainda é uma ação nascente, que precisa de medida, de incentivo e de muita discussão”, afirma a fisioterapeuta.
Durante séculos, o ser feminino foi negligenciado, sendo considerado de menor valor. Para Frésia, nas últimas décadas, vivemos um crescente libertar desse pensamento, entretanto, sabemos que ele ainda paira no inconsciente coletivo e, muitas vezes, vemos as próprias mulheres repetindo padrões de diminuição da própria capacidade ou de julgamento de si mesma e das outras mulheres.
Por isso, para ela, pensar sobre o que significa ser mulher, nos dias de hoje, é entender como estamos fazendo parte do coletivo e como estamos nos colocando para que possamos atingir, de uma forma mais rápida, mas não menos coerente e firme, uma posição de igualdade com o masculino. “Há uma ideia equivocada de que é preciso ser “melhor do que”, e inclusive o movimento feminista foi mal compreendido, por muito tempo, exatamente por ser visto como o equivalente ao machismo. Não poderia haver ideia mais errada”, revela a especialista.
Ela lembra que o feminismo é a busca da liberdade de pensamento, de ação, da igualdade de direitos, e que estamos aprendendo, aos poucos, a respeitar as duas polaridades, exatamente para que elas possam conviver em harmonia: “para nós, cujo objetivo é a saúde, e principalmente a conexão corpo/mente, buscar uma forma de viver o coletivo mais saudável, mais completa e menos desconexa é de extrema importância”.
Então, segundo a Saúde Integrativa, ser mulher é exatamente ter autonomia para entender seus próprios dilemas, pessoais e sociais, e buscar alternativas que viabilizem a saúde emocional e física. “Se você é mulher, sabe que os desafios são muitos. Se você é homem, nós esperamos que possa ter a sensibilidade necessária para compreender questões tão delicadas, mais que permitem, ao mesmo tempo, que, como seres humanos, sejamos mais fortes”, reitera Frésia Sa.